O ano termina nesta quarta-feira, e o Pioneiro selecionou alguns dos principais assuntos que marcaram 2014 em cidades da Serra. Na área de mobilidade, um dos fatos do ano foi o início da implantação do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) Caxias. A principal alteração, por enquanto é a proibição de conversões em importantes vias centrais da cidade.
Neste ano, Caxias do Sul também vivenciou uma invasão de imigrantes ganeses. Eles entraram no país com visto de turista para a Copa do Mundo e vieram ao município da Serra tentar regularizar a documentação para permanecer no Brasil. Confira abaixo alguns dos principais fatos na Serra:
Trânsito muda no Centro de Caxias do Sul
O trânsito na área central de Caxias do Sul sofreu mudanças significativas desde o fim de agosto. As medidas impactaram diretamente na rotina dos motoristas: passou a ser proibido converter à esquerda em seis cruzamentos da Avenida Júlio Castilhos e em três na Sinimbu. Na Júlio, a proibição vigorou na Garibaldi, Visconde de Pelotas, Dr. Montaury, Alfredo Chaves, Marquês do Herval e Borges de Medeiros. Na Sinimbu, na Garibaldi, Dr. Montaury e na Borges.
As medidas integraram o pacote Sistema Integrado de Mobilidade, o SIM Caxias, que visa a diminuição do congestionamento em horários de pico no Centro de Caxias, além de melhorar o serviço de transporte público. Toda a mudança foi orientada por fiscais de trânsito durante uma semana. Desde então, os condutores que insistem em desrespeitar a proibição são multados em R$ 127 e cinco pontos na carteira.
Além de proibições de conversões, o Centro teve 249 vagas de estacionamento remanejadas. Não é mais possível estacionar em parte da Sinimbu, o que mudou o embarque e desembarque de alunos do Colégio São Carlos. Outras ruas que perderam vagas são a Pinheiro Machado e Avenida Rio Branco.
A terceira medida prevista no SIM é a construção de corredores de ônibus na Avenida Itália. Também serão concretados os corredores das ruas Pinheiro Machado (entre a Treze de Maio e Feijó Jr.), Treze de Maio (entre a Av. Júlio de Castilhos e a Pinheiro Machado) e Feijó Jr. (entre a Pinheiro Machado e Irma Valiera). A faixa de ônibus da Pinheiro passará a ser exclusiva para ônibus, táxis com passageiros e serviços de emergência das 6h30min às 19h30min. À noite, a pista abrirá para todos. A exclusividade será implantada entre a Andrade Neves e Feijó Júnior.
Julho: 400 ganeses chegam a Caxias no período da Copa do Mundo
Conflitos étnicos, perseguições religiosas e violentas disputas por terras produtivas entre famílias foram motivos alegados pelos ganeses que chegaram a Caxias do Sul no começo de julho. Cerca de 400 pediram refúgio ao país, com status de turista e visto temporário válido por 90 dias, concedido pela embaixada brasileira em Acra, capital da Gana, em função da Copa do Mundo.
Ainda que se especulasse que viriam a Caxias para buscar trabalho, dando continuidade a um fenômeno migratório que ganhou força há um ano com a chegada de haitianos e senegaleses, menos de 100 ganeses permaneceram no Rio Grande do Sul. A grande maioria foi para Criciúma, em Santa Catarina, e para São Paulo.
Não havia estrutura necessária para abrigá-los em Caxias. Eles foram alojados no ginásio do Seminário Nossa Senhora Aparecida durante o rígido inverno, recebendo doações de cobertores, roupas e alimentos da comunidade. A chegada dos estrangeiros aqui, no entanto, não foi consenso entre a população: em reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, caxienses afirmaram que os ganeses trariam doenças e viriam para tirar emprego de quem é daqui. O vereador caxiense Flávio Dias (PTB) também se envolveu em polêmica após ter se pronunciado no plenário da Câmara de Vereadores contra a migração de senegaleses e haitianos a Caxias do Sul. Dias teria dito que a chegada desses imigrantes não traz benefícios para o Brasil e para a cidade, e sim, mais pobreza.
Passarela e semáforo finalmente saem do papel
Duas importantes obras que garantem segurança para pedestres e motoristas nas duas rodovias que cruzam Caxias do Sul saíram do papel neste ano. O semáforo na ERS-122, em Monte Bérico, foi acionado na metade de novembro. Ele serve como medida paliativa para tentar frear os frequentes acidentes que acontecem no trecho. Somente neste ano, seis pessoas perderam a vida ali. A instalação é fruto de um acordo firmado no dia 30 de junho, em ação civil pública movida pelo Ministério Público, entre prefeitura e Estado.
A outra obra que, finalmente, foi concretizada, é a passarela na BR-116, na altura do bairro São Ciro. Três anos e meio após a colocação das primeiras estacas, a travessia de pedestres na passarela foi liberada no dia 19 deste mês. O contrato para construção foi assinado em 28 de junho de 2011. As primeiras estacas da passarela foram colocadas em quatro de julho daquele ano. Recentemente, o vereador Rafael Bueno apresentou projeto que dá à passarela o nome de Diego Zachi Carlotto. O menino de 11 anos morreu após ser atropelado em 17 de dezembro de 2008 na BR-116, em um ponto próximo à atual estrutura.
Três caxienses morrem afogados em Torres
Três caxienses morreram afogados no dia 12 de dezembro, em Torres no litoral norte gaúcho. De acordo com o Corpo de Bombeiros, eles estavam na Praia da Guarita, em uma área que não é propícia a banho, quando foram levados por uma onda. Uma jovem sobreviveu. Kérolin Agata Teixeira Braghini, 14 anos, Homero Miorin de Abreu, 47 anos, Andrieli Almeida de Campos, 19 anos, foram encontrados sem vida pelos bombeiros e pelo Samu. Michelle da Silva Barbosa, 16 anos, foi retirada da água por Homero e não teve nenhuma sequela do acidente.
As vítimas estavam em uma excursão organizada pela Casa de Acolhimento Sol Nascente, com sede no bairro Jardim América, em Caxias. Mais de 20 pessoas, entre crianças e adolescentes abrigados, funcionários da instituição e familiares saíram de Caxias na manhã de quinta-feira e pretendiam retornar naquela sexta-feira. Com exceção de Kérolyn, que era acolhida na Casa Estrela Guia, os demais tinham relação com a Casa Sol Nascente. Andrieli era filha de uma funcionária da casa do Jardim América.
Idealizador de torre morre em acidente aéreo
A queda do monomotor prefixo PU-PPP tirou a vida do empresário da construção civil João Zatt, de 61 anos, em Veranópolis, em 21 de setembro. O tripulante da aeronave Marcelo Girardi Censi, 36 anos, ficou ferido. O avião caiu em uma propriedade rural, na localidade de Santa Bárbara, a cerca de quatro quilômetros do centro de Veranópolis. Zatt foi idealizador da Torre Mirante da Serra e de outras edificações no município, além de ter sido secretário de Indústria e Comércio.
Sistema Marrecas entra em operação
Um ano e nove meses depois de inaugurado, o Sistema Marrecas, a maior obra de interesse público da história recente de Caxias do Sul, entrou em operação no dia 13 de setembro. A obra custou, até agora, R$ 254,2 milhões. A água chega com boa pressão à ETA, onde é tratada. De lá, desce por gravidade (de uma altura de aproximadamente 200 metros) ao longo de 19 quilômetros até o Centro de Reservação, no bairro Jardim das Hortênsias. Dali, são mais 1,1 quilômetro até o Sistema de Adutora de Distribuição.
Caxias do Sul ganha o prédio da Maesa
O governador Tarso Genro (PT) sancionou o projeto de doação do antigo prédio da Metalúrgica Abramo Eberle SA, o Complexo Maesa, fábrica 2, para o município de Caxias do Sul, no dia 8 de dezembro. A doação prevê que o complexo, de aproximadamente 53 mil metros quadrados, se destine a uso público com finalidade cultural, de equipamentos públicos e de funcionamento de órgãos públicos.
Uma esperança para a Rota do Sol
O Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias da Serra (Crema Serra) avançou 40 quilômetros na Rota do Sol. Destes, 16 estão prontos. O restante aguarda pela segunda camada de asfalto. O valor total do Crema Serra é de quase R$ 130 milhões. O contrato é de cinco anos - dois para recuperação do asfalto e três de manutenção.