- Estão cumprindo pena e postando fotos. É um deboche à sociedade, à legislação e ao sistema prisional como um todo.
A reação é do delegado regional, Paulo Roberto Rosa da Silva.
- Estimamos que, com a proibição da revista íntima em 1º de dezembro, há crescimento na entrada de drogas.
A declaração é do diretor-adjunto da Susepe, Luis Fernando da Silveira.
- Nosso grande problema são os visitantes que trazem materiais ilícitos em cavidades íntimas.
A revelação é do titular da 7ª Delegacia Penitenciária Regional, Roniewerton Pacheco Fernandes.
- A partir de janeiro vamos analisar esses casos e iniciar o bloqueio do sinal de celular.
A promessa é de Wantuir Jacini, secretário de Segurança do governo Sartori.
A reação, a declaração e a promessa acima são, todos sabem, relativas ao brinquedinho de Pezão dentro da cadeia. Não sejamos ingênuos e crer que a apreensão do celular de Pezão terá algum impacto no crime organizado.
A apreensão do celular de Pezão foi nada mais que a reação natural de um sistema desmoralizado por um bandido que tentou matar um rapaz a pauladas no centro da cidade.
Privar Pezão de celular era o mínimo que se esperava.
A pergunta é: até quando Pezão ficará sem celular?
Em novembro, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou lei que obriga as concessionárias de telefonia bloquear o sinal nas penitenciárias e cadeias daquele Estado. O descumprimento da lei resultará em multa pesada.
Ponto de debate: por que as concessionárias devem arcar com o ônus da incompetência dos governos?
Se os celulares entram nas cadeias, o sistema de vistoria é falho.
Obrigar as concessionárias a bloquear o sinal é tapar o sol com a peneira. Ademais, em mais de uma ocasião os bandidos país afora conseguiram furar as tentativas de bloqueios.
Bloquear sinal equivale a pedir, por favor, que os traficantes parem de encharcar a sociedade com drogas ou solicitar, por favor, que os consumidores de drogas abram mão de seus vícios e prazeres.
Era só o que faltava o governo Sartori estrear com promessas que, sabemos, não levarão a nada.
Opinião
Gilberto Blume: Era só o que faltava o governo Sartori estrear com promessas que, sabemos, não levarão a nada
Se os celulares entram nas cadeias, o sistema de vistoria é falho
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