A partir desta semana, pelo menos 270 alunos do Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer, em Caxias do Sul, vão se envolver em uma das mais tradicionais atividades da escola, a gincana solidária. Criada em 2005, a atividade mantém até hoje seu propósito inicial: ajudar entidades assistenciais da cidade.
Neste ano, conforme a professora Jocelane Nery, que iniciou a gincana na escola e coordena o trabalho com a colega Maribel Rodrigues, os donativos arrecadados pelos alunos por meio das tarefas serão doados a mais de sete instituições como o Lar São Francisco de Assis, que cuida de idosos, a Casa Domus, que ampara crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer na Serra, e a Escola Infantil Tia Laura, ligada à Sociedade Espírita Amor e Caridade, por exemplo.
Outra novidade deste ano é a arrecadação de itens para a confecção de uma cesta de Natal. A ganhadora será uma família escolhida pelos alunos ou uma cartinha entregue nos Correios. Os bichinhos também ganham espaço na gincana, uma vez que os estudantes também serão convocados a arrecadar potes plásticos, sacos de ração e jornais para doação à Soama e à ONG Amor Vira Lata.
- Eles se envolvem muito com a gincana, pedem ajuda no bairro, mobilizam todo mundo para conseguir cumprir as tarefas. De um modo divertido, a gente procura mostrar a eles como é o mundo lá fora, mostrar a quem reclama da vida que há um mundo à parte, em que muitos não têm o que comer, o que vestir, que não nenhuma têm perspectiva de vida. Quando nos mobilizamos por outrem, é por nós mesmos que nos mobilizamos em primeiro lugar. Quando somos solidários, os primeiros beneficiários somos nós, que assumimos nosso lugar na história, deixamos de ser as "vítimas", os "chorões", os queixosos, os desesperançados. Só a solidariedade resgata para nós a grandeza e a dignidade com que o criador nos fez - justifica a professora Jocelane, que leciona língua portuguesa, literatura e sociologia.
A diretora da escola, Janice Zambarda Moraes, diz que a gincana cumpre o papel de trabalhar a questão dos valores, além de proporcionar que os alunos passem por cima de suas diferenças, se respeitem e se unam em prol de um objetivo comum.
- Faz 13 anos que estou aqui e posso dizer que não temos problema com aluno desrespeitoso. Além disso, os nossos estudantes passaram a acompanhar os casos de inclusão mais de perto. A gincana ajuda mesmo a humanizá-los - acredita Janice.
As tarefas semanais - a primeira será lançada no Pioneiro desta segunda-feira - envolvem a arrecadação de itens básicos como alimentos, roupas, materiais de limpeza, higiene, balas, pirulitos e brinquedos para crianças, itens para os animais e livros. Em algumas edições, os estudantes também recolheram latinhas, garrafas pet e tampinhas. A venda do material foi revertida em favor da banda da escola. O término da gincana está previsto para outubro.
Neste ano, 10 turmas de 1º, 2º e 3º anos vão participar. A participação vale nota e os vencedores receberão um prêmio especial, escolhido por eles. No ano passado, optaram por um recreio estendido e um lanche caprichado.
Educação
Colégio Henrique Emílio Meyer, em Caxias do Sul, dá início à gincana solidária
Pelo menos sete instituições receberão donativos arrecadados por 10 turmas da escola
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