As brigas entre estudantes e outras ocorrências escolares têm diminuído a cada ano, segundo o último relatório das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave), divulgado pela Secretaria Municipal da Educação (Smed) na semana passada. Desde 2010, quando os registros das ocorrências de acidentes e de violência passaram a ser feitos mensalmente pelas 85 escolas da rede, houve uma redução de 51% nos casos.
O resultado é festejado pela Smed e atribuído aos projetos educativos desenvolvidos pelas escolas e à presença maior da Guarda Municipal e da Brigada Militar junto à comunidade escolar. O número de ocorrências na rede municipal baixou de 6.193 em 2010 para 3.024 em 2013. As brigas entre alunos, o mais corriqueiro dos casos, diminuiu consideravelmente desde o início do levantamento. Em 2010 foram 2.675, contra 1.293 em 2013. No entanto, as agressões verbais a professores, outra situação "comum" em sala de aula, não teve tanto impacto: de 524 para 504. Os gráficos oscilam muito conforme as ocorrências. Outra situação cuja a média não diminuiu é a posse de armas brancas (canivetes, facas...). De 2011 pra cá mantiveram-se 25 casos.
A redução em mais de 50% da violência escolar não sugere que a situação seja a ideal. Os responsáveis pelos cinco eixos do programa (Polícia Rodoviária Federal, Escola Pública de Trânsito, 12º Batalhão de Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Federal), assim como coordenadores, assessores da Smed e diretores das escolas, têm um desafio grande pela frente.
- A Cipave é um programa que deu muito certo. Serviu de modelo para outras cidades e até mesmo para o Estado. Temos muito a comemorar, mas muito a fazer também. Por isso as escolas apostam nos projetos educativos que envolvam pais, alunos e professores - diz a coordenadora do programa, Raquel Zanotto Maffessoni.
As ações educativas não precisam ser complexas, e sim, eficientes. É o caso da Escola Machado de Assis, no bairro Reolon, que já foi considerada uma das mais violentas de Caxias devido a atos extremos de vandalismo e ameaças a professores e funcionários. Nos últimos meses, graças a uma metodologia que implica em muitas conversas com os estudantes, pais e responsáveis, somada à presença constante da Guarda Municipal e da Brigada, a escola diminuiu os registros de violência. A direção da escola, no entanto, prefere não divulgar o tipo de projeto que está sendo executado, com receio de que possa inibir alunos e comunidade.
NÚMEROS E CURIOSIDADES
A maior incidência de ocorrências é no turno da manhã, nas quartas-feiras, e envolve alunos do sexo masculino de idades entre 13 e 16 anos. Por que às quartas-feiras? Porque é o dia no qual os diretores não cumprem expediente na escola, mas junto à Smed. Sem a presença física do diretor na escola, a "baderna" aumenta.
Casos registrados (geral)
2010 - 6.193
2011 - 4.456
2012 - 3.839
2013 - 3.024
Briga entre alunos
2010 - 2.675
2011 - 1.503
2012 - 1.210
2013 - 1.293
Agressões verbais de alunos para professores
2010 - 524
2011 - 476
2012 - 321
2013 - 504
Educação
Relatório aponta diminuição da violência escolar em Caxias do Sul
Dados da Cipave registram queda de 51% nos casos entre 2010 e 2013
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