O blog De Galpão, assinado pela jornalista Manuela Teixeira, perguntou aos internautas se concordavam com a proibição do MTG de entidades associadas participarem ou promoverem atividades das Federação Gaúcha de Laço.
Até às 14 horas de ontem, o mural contava com 14 manifestações. Apenas uma delas defendia a posição do MTG. Entre os argumentos dos que são contrários a proibição, a maioria defende o "direito de ir e vir previsto em legislação".
Apesar da participação dos internautas sinalizar apoio à nova entidade, o presidente do MTG, Manoelito Savaris, defende que a insatisfação vem de uma minoria, já que o movimento tem 120 mil laçadores filiados.
Em Santana do Livramento, o caso foi parar no Ministério Público. De 30 de abril a 4 de maio, a cidade promove a 32ª Campereada Internacional, organizada pela prefeitura e por uma Coordenadoria Municipal de Tradicionalismo. Este ano, a festa sediará uma etapa do circuito da Federação Gaúcha de Laço. Hoje, o Ministério Público promove uma reunião entre o presidente da Coordenadoria de Tradicionalismo, Sérgio Munhoz, e o vice-coordenador da 18ª RT, o vereador Ademir Alves de Melo.
- É uma reunião com a finalidade de se chegar a um acordo pacífico. A ideia é que o MTG flexibilize a normativa para, pelo menos, esta edição da Campereada, que é daqui a 20 dias - avalia a promotora Fernanda Carvalho.
O presidente da Coordenadoria de Tradicionalismo, Sérgio Munhoz, garante só querer garantir a participação das entidades na Campereada.
- Queremos receber bem as pessoas, não somos contra ninguém - explica Munhoz.
O BLOG DE GALPÃO PERGUNTOU:
Você concorda com o MTG em proibir a participação de entidades filiadas e de narradores e juízes credenciados em eventos da Federação Gaúcha de Laço?
CONCORDO:
"Em minha opinião, a Federação de Laço foi criada somente por uma insatisfação de alguns laçadores em relação ao regulamento do movimento. Entendo dessa forma, pois o regulamento da Federação simplesmente fez uma adaptação ao regulamento do Movimento, tirando alguns itens que são obrigatórios como mango, bombacha larga e afins... itens esses que muitos filiados ao Movimento reclamam e insistem em não cumprir. Se convivemos em uma sociedade, certamente teremos regras e diretrizes a cumprir, e assim é em qualquer movimento ou grupo social. Em minha opinião, a Federação não vai durar por muito tempo, assim como muitos modismos de hoje em dia. E o laço, sim, é uma cultura e deve ser exercido buscando simplesmente troféus como reconhecimento e não prêmios milionários como vem acontecendo. E se muitos filiados à Federação não tiveram competência de manter um CTG, certamente não terão para manter uma Federação." Jéssica Castilhos, Caxias do Sul
NÃO CONCORDO:
"Não concordo com o MTG, pois a principal função do movimento é promover cultura e tradicionalismo. Desta forma, não devem proibir a participação das entidades filiadas, narradores e juízes em eventos da Federação. O MTG tem sim a obrigação de orientar as entidades, juízes e narradores, mas proibir já é uma atitude um tanto quanto ignorante. Se eles são tão seguros de que o movimento é melhor, porque deixar-se atingir por aquilo que lhes incomoda? O mais certo seria as duas organizações trabalharem juntas, cada uma com o seu enfoque, uma respeitando a outra. Afinal, a cultura é toda e qualquer forma de conhecimento, hábito e costume, herdado ou desenvolvido. Temos que respeitar o novo, o laçador e as pessoas que trabalham com isso devem fazer as suas escolhas por conta própria, é um direito delas, mas não obrigatoriamente, com punições e legislação rigorosa." Marina Reis, Caxias do Sul