Um acordo de cooperação técnica assinado nesta terça-feira em Caxias do Sul poderá evitar que toneladas de papel, metal, plástico e outros materiais recicláveis separados pela população sejam dispensados no aterro sanitário Rincão das Flores.
Sete associações de recicladores conveniadas ao município terão à disposição R$ 1,67 milhão para melhorar a infraestrutura e qualificar seus trabalhadores. O investimento pode amenizar a crise que afeta o setor e ampliar a capacidade produtiva das cooperativas. Hoje, as associações não conseguem reciclar tudo que a cidade produz. Em média, 20 toneladas de matéria-prima vão fora diariamente por falta de estrutura.
O acordo envolve o Programa Água Brasil da WWF Brasil, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Banco do Brasil (BB) e prefeitura. Pelo menos R$ 1,25 milhão serão aplicados em obras e o restante será destinado para cursos de capacitação.
Segundo o coordenador do Comitê Gestor da Cadeia Produtiva de Reciclagem de Caxias, Alfredo Paim, os recursos não serão administrados pelo município. A prefeitura atuará como mediadora e fará obras complementares sem relação com o projeto. O repasse será diretamente para as associações por meio do BB.
Uma das associações que receberá investimento é a do bairro Serrano, que terá novo pavilhão a ser projetado pela UCS.
- Foram definidos três eixos de trabalho na infraestrutura neste ano: obras internas, maquinário e obras no entorno. Paralelamente, a WWF ficará responsável pela gestão do projeto e pela qualificação dos trabalhadores - explica Paim.
Atualmente, as sete associações empregam 143 pessoas e são dependentes de recursos públicos, com algumas exceções. Com renda média per capita que varia entre R$ 800 e R$ 1,3 mil, os trabalhadores não têm condições de adquirir equipamentos modernos ou concluir reformas.
Por esses motivos, o setor reivindica manutenção da rede elétrica nos pavilhões, ampliações, cobertura de silos, revisão de maquinários (prensas, esteiras e balanças) e aquisição de equipamentos de proteção individual. Sem as melhorias, o segmento corre risco de entrar em colapso.
Parte das obras começa neste ano e a conclusão está prevista para 2015. De acordo com o representante da WWF Brasil, Gustavo Lemos, Caxias é uma das cinco cidades do país beneficiadas pelo programa.