Todo paciente que faz hemodiálise conhece a rotina cansativa do procedimento, realizado três vezes por semana. Durante quatro horas, é preciso ficar ligado à máquina, que coleta e filtra o sangue, substituindo o trabalho realizado pelos rins.
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para os 100 anos do Hospital Pompéia
Para alguns, o processo é mais difícil - há náuseas, mal-estar, cansaço. Para outros, o processo é mais tranquilo, sem grandes alternações no organismo. Para a cearense Anny Karine de Oliveira Viana, 33 anos, porém, as sessões de hemodiálise no Instituto de Nefrologia do Hospital Pompéia são como uma ponte. Uma ponte que a mantém com saúde até o tão esperado transplante. Uma ponte que garantiu seu bem-estar durante a gestação da filha, Maria Valentina, hoje com nove meses.
Aguardando apenas tratar um problema na tireóide, Anny receberá um rim do irmão, Amsterdam Richy de Oliveira Viana. A hemodiálise e o transplante foram necessários porque a jovem, portadora de diabetes do tipo 1, surgindo ainda na infância, desenvolveu um tipo de insuficiência renal. A operação, no entanto, poderia ter ocorrido ainda no início do ano passado.
Ocorre que o destino, caprichoso que é, colocou um bebê no caminho de Anny. Em fevereiro de 2012, quando já havia feito testes de compatibilidade e tudo se encaminhava para o transplante, ela sofreu um acidente de carro. No hospital, após desconfiarem de alguns sintomas específicos, os médicos descobriram que Anny estava grávida. Era a primeira encruzilhada que ela teria de passar.
- Os médicos me disseram que seria complicado levar a gestação adiante. Alguns até sugeriram que eu interrompesse a gravidez, mas o meu sonho sempre foi ser mãe. Então, os médicos disseram: "você vai ter de fazer hemodiálise todo dia, para que o bebê fique bem". Criei um força que nem sei de onde saiu, todos os meus receios com a hemodiálise, que eu achava que era um bicho de sete cabeças, desapareceram. Vinha feliz para cá, pensando na minha filha, no bem estar dela - revela.
O parto ocorreu quando Anny estava com 34 semanas, no dia 31 de agosto de 2012, na maternidade do Hospital Pompéia, naturalmente. Maria Valentina nasceu com 2,6 quilos e 41 centímetros e precisou ficar na UTI neo-natal por 20 dias, para ganhar peso. Nessas semanas, Anny passava por diálises diárias e corria para ficar ao lado da filha.
- Eu sempre digo que esse hospital é uma mãe para mim. A equipe, tanto daqui da diálise, quanto os profissionais que me atenderam na maternidade e na UTI, quando a minha filha ficou aqui, são fantásticos. A gente encontra um ambiente de cuidado, eles fazem as coisas com amor, a gente se sente acolhido de verdade. Aqui é a minha segunda casa, porque convivo mais com eles do que com a minha família - conta Anny.
Além do marido, Diego Flores, caxiense que ela conheceu quando ele visitava Fortaleza, em férias, Anny conta com o apoio da sogra, que fica com a pequena durante as quatro horas da diálise.
- Para mim, foi tranquilo encarar a diálise, até porque eu já tinha o meu rim garantido. A parte mais complicada é a ansiedade pela espera de um doador. Mas não concordo quando as pessoas dizem: "ah, coitado, tem de fazer hemodiálise". Eu não deixei nada me abater e vou tocando a vida. Depois do transplante, quero cuidar da minha filha, trabalhar, ser muito mais feliz - planeja.
100 anos
"A gente se sente acolhido de verdade", diz Anny Karine de Oliveira Viana, paciente de hemodiálise no Instituto de Nefrologia do Hospital Pompéia
Aguardando apenas tratar um problema na tireóide, Anny receberá um rim do irmão
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