A secretária municipal da Saúde, Dilma Tessari, promete rever as escalas de médicos no Pronto Atendimento 24 Horas (Postão). Segundo os dados que a titular dispunha na segunda-feira, o pico de atendimentos é entre 9h e 15h, mas depoimentos de pacientes e as reclamações ao Pioneiro atestam que a unidade lota à noite.
Faltando exatamente um mês o inverno, quando doenças respiratórias aumentam, as providências são urgentes.
O número de clínicos gerais por turno no Postão varia entre quatro e sete, segundo Dilma, além de dois pediatras e um psiquiatra. O ideal seria 14 profissionais: 10 clínicos, um psiquiatra e três pediatras. A unidade atende entre 400 e 500 pessoas entre 9h e 15h. Depois, o movimento cai: chega a registrar até míseros 30 atendimentos, relata.
- Variamos o número de médicos conforme o pico de frequência. Nosso pico é entre 9h e 15h e às vezes temos reforço de médicos nesse horário. Não deixamos sete médicos durante a noite porque não precisa. Mas se precisar, vamos chamar. Tu estás me passando uma demanda que não tenho tão presente. Ontem (domingo) às 19h estava bem tranquilo. Diante do que estás me dizendo, vou examinar o controle gráfico de atendimentos que temos - garante Dilma.
Na última quarta-feira, por exemplo, o Postão enfrentou o caos. Alexandre Bezerra, 44 anos, foi um dos que procurou o Postão. Ele acompanhou a enteada Mariana Varella, 18, com fortes dores por causa de pedras nos rins. Chegaram às 9h e só foram embora por volta de meia-noite de quinta-feira.
- Nos tratam como bichos. Não tinha como ir ao postinho porque, quando se tem muita dor, o procedimento é procurar a emergência - acredita ele.
Mesmo com os profissionais aprovados em concurso de fevereiro, ainda há defasagem. A prefeitura tenta suprir com contratos emergenciais e até Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA).
Na segunda-feira, Dilma estimava necessidade entre 20 e 30 médicos no Postão. Os demais fecham entre 16h30min e 17h.
A um mês do inverno
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