Se no berçário e nas UTIs as 37 profissionais lidam com os filhos "do coração", no centro obstétrico, a equipe de 20 mulheres acompanha o milagre da vida se repetir dia após dia.
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para os 100 anos do Hospital Pompéia
A técnica Bruna Rocha, 26, há oito meses na função, tem dois filhos: Luan, 10, e Amanda, nove. O menino nasceu de parto normal no Hospital Saúde, experiência que ela garante ter contribuído para entender o que sentem as mães que chegam com contrações ao hospital.
- Eu dei um show no dia do meu parto, gritei, reclamei, dizia que queria me jogar pela janela. Mas agora eu entendo um pouco o que as mães sentem, como é difícil suportar a dor. Isso faz com que a gente tenha mais paciência com elas - acredita.
Como várias de suas colegas, Bruna já precisou fazer um parto normal às pressas.
- O bebê já estava vindo e o médico estava atendendo outra paciente. Então eu pensei: agora é comigo. Quando o obstetra chegou, ele me orientou como terminar de retirar o corpinho do bebê, e deu tudo certo. Senti um aperto na garganta, mas foi muito lindo - recorda.
- Aqui, a gente experimenta várias sensações num dia só. Há momentos de muita alegria, quando o bebê nasce, por exemplo, mas também sofremos junto quando a criança nasce sem vida ou morre logo depois do parto - descreve a técnica Iza Paula Lucena Mendes, 26, mãe de Izabel, três.
Para as duas colegas, a parte mais difícil é lidar com a rejeição das mães aos filhos.
- A gente vê muita coisa acontecer aqui: mulheres que nem querem ver a carinha dos filhos, se recusam a amamentá-los...enquanto outras lutam tanto para levar uma gravidez até o final e não conseguem. É triste saber que os teus filhos estão em casa, sendo bem cuidados, que terão um futuro pela frente, e pensar o que vai ser desses bebês daqui a três ou quatro anos - lamenta Bruna.
Enquanto novas vidas vem ao mundo no Centro Obstétrico e algumas mães irão trabalhar nesse 12 de maio, outras terão uma folga merecida. Como é o caso de Aluana Cearon, 31. Enfermeira que atua no setor há um ano e nove meses, ela divide os seus dias atendendo as gestantes, auxiliando nos partos ou resolvendo questões burocráticas. Há 18 semanas, executa as atividades carregando a filha Isabelly no ventre. O bebê nascerá no Pompéia, o mesmo hospital onde a mãe veio ao mundo e onde a profissional ajuda outras gestantes a darem a luz.
Dia das Mães
Centro Obstétrico do Hospital Pompéia: o milagre da vida se repete dia após dia
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