A espera do pequeno Jackson Rafael Ferreira Bottim, oito anos, está quase acabando. Os olhos azuis refletem a esperança de conseguir respirar sem a traqueostomia de que necessita atualmente. Por enquanto, a família corre atrás da documentação exigida pelo Estado para ter acesso a R$ 1 milhão depositados em conta judicial, cuja liberação já está autorizada pela Justiça. É preciso apresentar as despesas, como equipe médica, internação hospitalar e a aquisição do próprio marca-passo diafragmático.
A alegria misturada com a ansiedade tomou conta da casa de Jackson, no bairro Cristo Redentor. Segundo Simone Ferreira, 34 anos, mãe do menino, o Jackson não pergunta quantos dias ainda faltam. Mas ele sabe que é para ser logo.
- Ele torce junto com a gente - conta.
Jackson será o primeiro gaúcho a ter um marca-passo diafragmático implantando. No Brasil, foram seis casos do procedimento. Ele ainda precisará de exames para certificar-se de que o processo cirúrgico será totalmente seguro. A internação está prevista para ser em Caxias do Sul.
- O procedimento é para ser rápido. Ele ficaria internado, no máximo, 15 dias. O maior tempo é para a adaptação. Aí sim precisamos ir com calma - explica a mãe.
Na última semana, Jackson voltou a estudar. As aulas domiciliares são nas tardes de terças e quintas-feiras. O garoto está cursando o 3º ano e, segundo a mãe, é dedicado. Sobre o futuro, a família espera mais liberdade de deslocamento para o menino, que ficou tetraplégico quando foi atropelado há dois anos, em Garibaldi.
- Vai ser tudo de bom. A limitação ainda vai existir, mas a qualidade de vida dele vai ser bem melhor - espera.