A uma semana do início das aulas, alguns pais ainda não sabem onde os filhos vão estudar. Ederson Charão tem uma filha de seis anos prestes a ingressar no primeiro ano do ensino fundamental. A família residia no bairro São José, mas mudou-se para o Santa Fé, onde não conseguiu vaga na escola. O pai entrou em uma fila de espera e manteve a filha no antigo colégio. Como não conseguiu transferência, a família terá agora de arcar com cerca de R$ 120 por mês para o transporte particular.
- É difícil, mas não tem o que fazer - lamentou.
Caso parecido vive a metalúrgica Eliane Carneiro. Ela peregrina até a Central de Matrículas atrás de uma vaga para o filho Guilherme Carneiro Monteiro, 14 anos. As aulas na rede estadual começam no dia 25 e até agora o estudante não tem vaga garantida no ensino médio. O problema é que a família residia no Jardim América, mudou-se para o Nossa Senhora do Rosário e precisou trocar de escola.
- Fiz a inscrição na internet, e o sistema mostrou as opções de escolas para ele. Em nenhuma tem vaga. Agora, (o sistema) informa que aguarda designação. Fui na Central de Matrículas e me ofereceram vaga em uma escola de Forqueta, à noite - contou.
Eliane disse que não tem condições de pagar transporte nem de levar o filho à escola em Forqueta, já que é muito longe. O rapaz está inscrito em cursos profissionalizantes à tarde e ainda não sabe como ficará a rotina.
Cleonice Kloss é mais uma mãe sem rumo. Ela reclama da falta de informação na Central de Matrículas desde que começou a tentar uma vaga para a filha, Natália, no sexto ano do ensino fundamental. A mãe fez todo o procedimento exigido pela internet no início de janeiro. Até agora espera a designação da escola. Segundo Cleonice, na Central de Matrículas ninguém sabe explicar o que aconteceu. Ela deverá voltar hoje, com a senha que ganhou, e ver se consegue resolver o impasse.
- Não entendo como é feita essa seleção. Como tem gente que fez a matrícula no site depois de mim e conseguiu? - questiona a mãe.
Eva Marcia Borges Fernandes, responsável pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação, entende que os pais fiquem descontentes com as escolas indicadas pelo sistema, mas acredita que por ser uma ferramenta nova, possa ainda ser aperfeiçoada.
- Entendemos que, com o decorrer do tempo, as famílias estarão mais socializadas com esse sistema e isso reduzirá as dificuldades - explicou.
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A uma semana do início das aulas, há indefinições nas escolas de Caxias
Alguns pais ainda não sabem onde os filhos vão estudar
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