A promotora Sônia Eleni Correa Mensch enfatizou durante o período de réplica da acusação, que iniciou às 16h10min desta sexta, que Marcelo Sidnei Pires estava em plenas condições mentais quando matou Daisy Cruz. Conforme a promotora, a defesa não apontou qualquer indício concreto de que Pires apresentaria problemas psicológicos na época do crime.
Sônia argumentou que a justificativa para a ação de Pires foi a má índole. Para embasar a afirmação, a promotora citou as passagens policiais do réu pela polícia como furto, roubo, assalto e estupro.
A defesa sustenta que Pires não tinha noção das atitudes por estar tomado por uma forte emoção, motivada pelo fim do relacionamento e uma suposta traição de Daisy. Em razão disso, o advogado do réu, Luís Fernando Possamai, pediu aos jurados que o caso seja tratado como homicídio privilegiado, o que afastaria as três qualificadoras (o motivo torpe, o meio cruel, e o recurso que dificultou a defesa da vítima), conforme o Código Penal.
Pires enxugou os olhos ao final da fala de Possamai, quando o advogado citou também possíveis problemas psicológicos enfrentados pelo filho do réu, após a veiculação do crime na mídia.
Reveja nas imagens o local onde o corpo da jovem foi encontrado:
Entenda o caso
:: A frentista Daisy Cruz, 24 anos, estava desaparecida desde a tarde de segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012. As primeiras informações indicavam que, por volta das 14h50min daquele dia, moradores do bairro Cidade Nova, onde ela reside com os tios e uma prima, viram Daisy gritando dentro do carro do homem por quem teria um relacionamento, o motorista da Visate Marcelo Sidinei Pires, 30 anos.
:: Na segunda-feira, de acordo com testemunhas, logo após Daisy sair de casa para ir ao trabalho, Pires teria a abordado em uma rua do Cidade Nova. Já no Astra, a jovem teria gritado por ajuda, mas o motorista conseguiu levá-la com ele
:: Um tio da frentista comunicou o sumiço à polícia ainda na segunda-feira :: No domingo, a frentista e o motorista teriam encerrado um relacionamento amoroso que durou cerca de três meses. A frentista teria desistido do namoro ao descobrir que o motorista era casado.
:: Na manhã de terça-feira, dia 21 de agosto, Pires se envolveu em um acidente de trânsito na BR-116. Na colisão entre o ônibus que ele dirigia e um caminhão, morreu o caminhoneiro Eligio José Echer, 50. Após o acidente, Pires foi internado no Hospital Pompéia
:: Na quinta-feira, dia 23 de agosto, três testemunhas apontaram, em depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a suspeita de que o motorista seria o responsável pelo desaparecimento da frentista
:: Nesta sexta-feira, dia 24 de agosto, Pires recebeu alta do hospital e confessou envolvimento no desaparecimento da jovem em depoimento à Polícia Civil no final da tarde.
:: No começo da noite de sexta-feira, dia 24 de agosto, o corpo da frentista foi encontrado no caminho para a Linha 40.