Angústia é sentimento comum neste período de fim de ano e de alertas fantasiosos para o fim dos tempos. Quem louva as teorias de destruição, estimuladas por interpretações duvidosas sobre as profecias maias, certamente ignora o exame de consciência sugerido por líderes de variadas religiões.
Tal ato, porém, é visto como essencial para homens e mulheres. Na casa de Vera Lúcia Micke, 32 anos, e José Alex de Oliveira, 35, o momento é de descobertas com o nascimento de Bhianca. Nesta sexta-feira, faz quatro dias que a criança nasceu em Caxias do Sul. Enquanto uns cogitam o fim, para a família tudo é começo. Provavelmente, a vida terá ritmo ainda mais acelerado.
- Só queremos que ela tenha discernimento para fazer as escolhas. Mostraremos o caminho, o certo e o errado - reflete o pai.
Para religiosos, o período é favorável para refletir sobre o lado bom da vida. O pastor evangélico Demian Távora lembra que é natural as pessoas ficarem suscetíveis às ondas de pessimismo. Mas isso não tem se refletido na procura por conforto espiritual em igrejas, templos ou centros espíritas.
- Muitos são influenciados pelas notícias. Não é de hoje. A Bíblia fala sobre o fim do mundo: mas ninguém sabe a hora e quando acontecerá. Entendo que a fé nos ajuda a confiar em Deus, mesmo que não se veja a solução logo ali adiante - diz o pastor.
O pároco do Santuário de Caravaggio, padre Ezequiel Dal Pozzo, atribui essa sensação negativa ao ritmo de vida acelerado. Quando o fim do ano chega, homens e mulheres estão mais angustiados pela carga acumulada. Daí que a reflexão ajudaria a superar tais sensações.
- No imaginário simbólico das pessoas, a mudança do calendário é importante, se cria a necessidade de renovação. Se não houvesse isso, chegaríamos lá por março ou abril muito mais depressivos - argumenta Dal Pozzo.
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O mundo não acabou
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