A atriz carioca Drica Moraes passou por um transplante de medula óssea ontem, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Internada desde o último dia 14, a artista seguirá hospitalizada para monitoramento. Segundo boletim médico, Drica estava "ótima" depois do procedimento.
Drica Moraes, 40 anos, é conhecida por seu trabalho em novelas como Era Uma Vez... (1998) e séries como Decamerão - A Comédia do Sexo (2009), ambas exibidas pela RBS TV. Ela descobriu que sofria de leucemia no início deste ano. Este mês, foi internada no Albert Einstein para realizar quimioterapia. Segundo o hospital, o procedimento foi realizado sem contratempos no final da manhã e, depois do transplante, a paciente estava "ótima".
Drica vai ficar internada para monitoramento da reconstituição da medula óssea, provavelmente por um período mínimo de 30 dias. É um momento decisivo, conforme explica a responsável técnica pelo setor de Transplantes de Medula Óssea do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Lucia Silla.
- Quando a nova medula se instalar no organismo da paciente, pode haver uma reação muito forte. Há risco de vida - diz Lucia, lembrando que um caso bem-sucedido foi o do tenor espanhol José Carreras, que passou pelo transplante nos anos 1980 e segue em atividade, aos 63 anos.
Drica Moraes teve a sorte de encontrar um doador compatível com ela no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) - que reúne dados de 1,4 milhão de possíveis doadores cadastrados, segundo o Instituto Nacional de Câncer.
- Hoje, mais da metade dos pacientes que procuram doadores compatíveis acaba encontrando, porque o Redome tem convênio com bancos internacionais de doadores - diz Lucia. - Certamente o fato de ser uma atriz conhecida pode ter impacto positivo no aumento do número de doadores.
Como ser um doador
COMO É FEITO O CADASTRAMENTO
- Para se cadastrar, basta ter entre 18 e 55 anos e boa saúde. É retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais.
- O sangue será analisado para identificar as características genéticas que podem influenciar no transplante. Esses dados ficam armazenados em um sistema informatizado.
- Quando o paciente precisa de um doador, a compatibilidade é verificada com os 1,4 milhão de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Caso a compatibilidade seja confirmada, é preciso fazer outros exames de sangue. Em caso de não ser encontrada, ainda existe a possibilidade, embora com menores chances por diferenças de etnia, de o paciente buscar um doador nos bancos internacionais, onde há cerca de 12 milhões de cadastrados.
- Depois de confirmada a compatibilidade, o doador é consultado para decidir quanto à doação.
- A medula é extraída do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 10%.
- A retirada não causa qualquer comprometimento à saúde. Nos primeiros três dias após a doação, pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com analgésicos.
- A chance de se encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em 100 mil.
ONDE SE CADASTRAR
No Interior, o cadastramento deve ser feito nos hemocentros dos municípios. Em Porto Alegre, há três locais disponíveis:
- Banco de Sangue do Hospital de Clínicas (Rua São Manoel, 543, 2º andar). Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Informações: (51) 3359-8504.
- Hospital Dom Vicente Scherer (Avenida Independência, 75, 7º andar). Segunda a quinta-feira, das 8h ao meio-dia e das 14h às 16h. Sextas, das 8h às 12h. Informações: (51) 3214-8670.
- Hemocentro (Avenida Bento Gonçalves, 3.722). Segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h. Informações: (51) 3336-2843.