Todo ano a discussão dos clubes participantes das Séries C e D do Brasileiro é a mesma: a mudança da fórmula de disputa. O Caxias conviveu com isso quando fazia parte da Quarta Divisão e, tão logo conquistou o acesso, o presidente da época, Mario Werlang, já defendia a mudança de regulamento para o sistema de pontos corridos. Mas a ideia nunca foi colocada em prática por questões financeiras e de calendário apertado, segundo a CBF.
O assunto novamente será debatido neste mês com uma proposta dos 16 clubes já confirmados na disputa do campeonato do ano que vem (faltam as quatro equipes que serão rebaixadas da B) na sede da CBF. A iniciativa surgiu de oito clubes do Nordeste — ABC, Botafogo-PB, Confiança, CSA, Floresta, Náutico, Itabaiana e Retrô.
O Caxias debate o tema há três dias, e o presidente Roberto de Vargas é a favor da ideia dos nordestinos. Os demais representantes dos participantes da Série C formaram um grupo no WhatsApp e uma reunião por videoconferência ocorrerá em breve.
— A ideia é chegarmos na CBF com o modelo de disputa pronto para negociarmos. O Caxias tem interesse e vai lutar e fazer o possível para que a mudança aconteça. Nós não vamos mais ouvir calados ou ser omissos. Pro Caxias, e qualquer clube, ter um calendário cheio fará com que possamos trazer mais jogadores, vender o ano a eles, aos patrocinadores também, ficará mais fácil de negociar tendo mais meses de visibilidade — apontou De Vargas.
O que pode dificultar a proposta dos clubes do Nordeste são os custos. Em 2024, a CBF definiu um cota total de R$ 26,5 milhões, e cada um dos 20 clubes levou R$ 1,2 milhão pela participação na primeira fase. O Caxias recebeu o valor em quatro parcelas de R$ 300 mil.
— O ideal seria que tivéssemos uma cota de 40% do que recebem os clubes da Série B. Até porque eles também vão renegociar para o ano que vem um novo valor. Em 2016, 2017 não tinha nada, era zero — lembrou o mandatário grená.
A mudança do sistema de disputa da Série C também causaria impacto no calendário de competições da CBF, uma vez que ao invés das atuais 27 datas (são 19 na primeira fase, seis na segunda e duas na final), a competição passaria a ter 38 rodadas, com turno e returno.
— Não teria problema, é só a CBF fazer igual à Série B e espelhar as competições. E quando um jogo se sobrepor a outro, é só colocar a partida pra terça, quarta-feira, no meio de semana. Assim sempre vai ter futebol pra assistir na TV — acrescentou De Vargas.
O Caxias fará em 2025 a segunda participação consecutiva na Série C (são 17 no total). Na edição deste ano, a equipe grená lutou contra o rebaixamento e se salvou faltando duas rodadas, terminando em 15º na tabela.