Por que o Juventude esperou a reta final do Campeonato Brasileiro para trocar o treinador? Esse é o questionamento que mais se ouve entre os torcedores alviverdes. A direção do clube demitiu Jair Ventura e trouxe Fábio Matias, com sete jogos para terminar a competição e com o time na zona do rebaixamento.
Após a eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil, no dia 11 de setembro, a cobrança pela saída de Jair Ventura era forte. Além de cair fora da competição, o time vinha de uma derrota em casa para o Inter e um empate com o Cuiabá. O desempenho era ruim. No entanto, a direção bancou o treinador e optou pela continuidade. Depois isso, seis jogos e somente uma vitória. Cinco pontos conquistados em 18 disputados. Por que não trocou antes?
— A avaliação de que momento se deve trocar ou não o treinador é muito difícil. É lógico que teve essa queda de rendimento, nos últimos cinco jogos. O Juventude conquistou dois pontos em 15. Antes desse período, a gente vinha bem no Campeonato Brasileiro, desde o início, sempre frequentando ali a zona da Sul-Americana. Então, a gente ouve muito falar, porque não antes ou depois (a troca). É difícil de ter uma definição dessa, porque tem uma avaliação toda do dia a dia que a gente faz. Avaliação dos adversários, que a gente também tem pela frente, tem esses momentos de intervalo de data Fifa. Poderia ter trocado antes ou não? É muito dessa questão de avaliação. A gente teve nesses cinco jogos um empenho razoável e em alguns, até fazendo jogos bons — afirmou Almir Adami, vice-presidente de futebol do Juventude, que completou sobre a troca:
— Pode ser que seja criar um fato novo. Acho que sempre ajuda e nós temos sete jogos, são quatro em casa. Nesses quatro próximos jogos, os quatro são no Rio Grande do Sul, três jogos no Alfredo Jaconi, que a gente conta com o nosso torcedor do nosso lado, é onde a gente conseguiu a maioria dos pontos nesse Campeonato Brasileiro.
A gente ouve muito falar, porque não antes ou depois (a troca). É difícil de ter uma definição dessa
ALMIR ADAMI
Vice de futebol do Juventude
Além da queda de rendimento em termos de resultados, o Juventude tem sofrido com erros de arbitragem nos últimos jogos, o que gerou fortes reclamações da direção alviverde.
— Nós vamos ter que trabalhar para passar por cima disso (arbitragem). Vai ser contra tudo e contra todos. Nós temos objetivos no ano e o objetivo agora final é de continuar na Série A. A gente não vai macular todo o histórico que a gente teve durante o ano de uma boa campanha na Copa do Brasil, um vice-campeonato gaúcho não conseguindo a permanência na Série A — mencionou o dirigente.
Falta de resultados
O novo comandante terá sete partidas para buscar a recuperação do Juventude. Serão quatro em casa e três fora. Durante o Gauchão e Copa do Brasil, o Ju chegou a ficar seis jogos sem vencer no Gauchão e Copa do Brasil. Agora são cinco partidas de jejum. Ou seja, o segundo pior momento na temporada.
A mudança de comando técnico aconteceu, porque a gente se encontra, talvez, no pior momento do ano com relação a resultados
JULIO RONDINELLI
executivo de futebol do Juventude
— Com relação à mudança do comando técnico, existe profissionalismo aqui no Juventude. A gente não tem projeto três ou seis pontos. Temos um projeto que já vem desde o início do Campeonato Brasileiro da Série B do ano passado e a gente procura ser profissional em todos os nossos atos. A mudança de comando técnico aconteceu porque a gente se encontra, talvez, no pior momento do ano com relação a resultados, mas ponderando, querendo identificar o que tem de positivo e o que precisa ser retomado — avaliou o executivo Júlio Rondinelli, que completou:
— Eu penso que a avaliação da direção, do presidente, de todos que fazem parte, que comandam e dirigem o futebol de uma forma colegiada, optou-se pela troca. O Fábio (Matias) é um sujeito que a gente conhece há muito tempo, uma experiência muito boa em futebol. O Thiago Carpini quando chegou aqui tinha dúvida. O Roger, que tinha um grande período de inatividade, veio aqui e nós demos a retaguarda para ele progredir e seguir a vida dele. E fizemos a mesma coisa com o Jair. Então, não vai ser diferente com o Fábio Matias, que tem bons serviços prestados ao futebol.