O esporte é uma das ferramentas mais eficazes para que a inclusão social aconteça na sociedade. Uma demonstração clara é o projeto desenvolvido pela Associação Caxiense de Taekwondo (ACTKD), que atua com jovens de Caxias do Sul, buscando a integração e o desenvolvimento de novos talentos no alto rendimento da modalidade.
As aulas são realizadas na Vila Poliesportiva da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e atendem mais de 50 atletas, que são divididos em dias e horários de treinamentos diferentes, conforme o nível de preparação. A ACTKD também atende jovens de oito a 14 anos de escolas públicas de Caxias do Sul e conta com o apoio do Pró-Esporte, financiamento da Secretaria do Estado de Esporte e Lazer.
Já há alguns anos, a associação, que tem o comando do técnico Daniel Brisotto, vem apresentando conquistas que consolidam a equipe como uma das referências no Estado dentro da modalidade.
— No início do ano, a gente teve o Grand Slam, que definiu a montagem da seleção brasileira de taekwondo. Nós fomos com alguns atletas para lá lutar e conseguimos uma vaga na categoria adulta da seleção, com o Welinton (Samuel de Fraga). Temos também a Maria Eduarda na seleção brasileira paralímpica. Então, são dois atletas da ACTKD atualmente na seleção, e ambos no alto rendimento — afirmou Daniel Brisotto.
A sequência de campeonatos importantes em 2024 é um dos combustíveis para que os atletas mantenham a preparação em alto nível, sem baixar a guarda. No final do mês, entre os dias 28 e 30 de junho, atletas da associação participam da Solidarity Games, na cidade de Montargis, na França
— Vamos com o Welinton, que vai lutar na categoria até 58kg, que é o peso olímpico. Ele vai lutar nesse evento, já buscando os primeiros pontos para o próximo ciclo olímpico. E a gente vai fazer uma estreia na categoria de base, com a Nicole Caetano.
Com 16 anos, Nicole vai fazer a sua estreia em competições internacionais. Na França, ela irá disputar a categoria júnior, buscando se habituar com as viagens. A intenção é de que ela esteja no futuro brigando por uma vaga olímpica.
— Agora é que está começando a cair a ficha, faltam só duas semanas para embarcar pra França. Me sinto bem ansiosa para essa competição, por também ser a primeira. Minha primeira internacional, a minha primeira viagem para fora do país e foi graças ao taekwondo, que está me proporcionando tudo isso —disse Nicole, que complementou:
— O projeto é fundamental, porque dá oportunidades pra pessoas que não têm condições de bancar uma viagem dessas. O taekwondo mudou a minha forma de pensar sobre as coisas —disse.
“O taekwondo pode mudar vidas”
Welinton Samuel de Fraga, 24 anos, vive uma retomada na modalidade. Após um período afastado dos tatames, ele voltou em grande estilo. Na França, na categoria -58kg, o objetivo do atleta é buscar os primeiros pontos para o próximo ciclo olímpico.
— O taekwondo pode mudar vidas. Eu nunca teria viajado para fora do país, muito menos para fora do Rio Grande do Sul, e graças ao taekwondo, eu vejo que é uma baita inclusão social — afirmou Welinton.
Welinton alcança a seleção brasileira pela terceira vez. Na base, a primeira tinha sido em 2017, e a segunda em 2018.
Nas Paralimpíadas
Maria Eduarda Stumpf é um dos nomes de destaque da ATCKD. Com conquistas recentes, a jovem está confirmada nas Paralimpíadas de Paris, que acontecem em agosto. Ela segue sua preparação e destaca a importância da associação na formação dos atletas.
— O apoio do projeto é muito importante, principalmente para a base, que dá uma oportunidade muito grande para eles, principalmente em questão de viagem e competições. Muitos deles nunca viajaram de avião ou para outros campeonatos fora, só estaduais. Então, com essa ajuda , eles puderam participar de campeonatos nacionais e alguns até internacionais. Então, além de incentivar o esporte, ele abre portas para outras oportunidades — salientou.