As próximas duas rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A foram adiadas. A medida de Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve como base o pedido de 15 clubes da elite do futebol nacional. Os confrontos dos clubes gaúchos já estavam suspensos até o dia 27 de maio. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o zagueiro do Juventude, Zé Marcos, declarou que a iniciativa da CBF foi correta.
— É o que tinha que acontecer. Nós temos ali companheiros com familiares que foram atingidos pelas enchentes. Temos um companheiro de equipe, o Lucas (goleiro), que o pai e a mãe acabaram perdendo praticamente quase tudo dentro da casa deles. Então, para nós que estamos aqui no Rio Grande do Sul hoje, é muito difícil pensar somente em futebol. Eu acho que vai um pouco além da parte técnica e física. Sabemos que para jogar futebol em alto nível tem que estar com a cabeça tranquila — comentou o defensor, que avaliou a disparidade técnica que poderia ter com os outros clubes em atividade:
— A paralisação é para todo mundo parar um pouquinho, refletir, procurar ajudar e também para não destoar tanto as equipes que estão fora desse cenário que está acontecendo com a gente aqui hoje. Também não fique muito à frente, porque a gente sabe que na hora de voltar tudo ao normal, ou minimamente normal, se outras equipes não parassem, estariam muito à frente em relação ao ritmo de jogo.
O elenco de jogadores do Juventude voltou aos treinos na última terça-feira. Contudo, o grupo ainda divide as atenções em ajudar os desabrigados pela chuva no Estado. Na quinta-feira, um grupo de atletas, dirigentes e funcionários do alviverde foram até São Sebastião do Caí e Canoas para doar 30 toneladas de mantimentos e materiais de higiene.
— A cabeça está ruim, a gente está pensando em ajudar o pessoal aqui. Muitos dos nossos atletas colocando a mão na massa. O nosso elenco está muito empenhado em ajudar as pessoas, até porque Caxias do Sul em si as coisas estão um pouquinho mais tranquilas, mas ao nosso redor não. Então, eu entendo que a paralisação foi o ato certo — Finalizou Zé Marcos.