O Juventude entra em campo neste sábado (6) em uma das partidas mais importantes de sua história. A partir das 16h30min, contra o Grêmio, na Arena, o alviverde vai em busca do bicampeonato do Gauchão. O primeiro título da equipe serrana foi em 1998 contra o Inter, quando a taça foi levantada em Porto Alegre, no estádio Beira-Rio.
Quem estava nas arquibancadas do estádio do Inter era o torcedor Jaconero Ezequiel Ravison, que fez parte de um momento histórico do Juventude e do futebol do interior do Estado. Porém, não foi muito fácil para chegar até a casa colorada naquela final.
— A ida para o Beira-Rio em 98 também foi uma proeza minha. Eu tinha 17 anos e fui escondido. Meu pai era torcedor do Caxias e não ia deixar eu ir, mas aí eu já trabalhava, tinha meu próprio dinheiro e falei com meu irmão e a gente foi escondido. Terminado o jogo, aquela folia toda, voltamos e na frente de casa, eu gritando com o meu irmão, meu pai soube que nós tínhamos ido olhar o jogo em Porto Alegre — contou Ezequiel, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
"Vontade de vencer"
Confiante no título, Ezequiel estará novamente na capital dos gaúchos neste sábado para apoiar o Verdão em mais uma final de Campeonato Gaúcho, agora na Arena, estádio do Grêmio.
— Eu irei de ônibus de novo. Eu ia ir de carro, mas optei por ir de ônibus porque acredito ser mais seguro. Espero poder ter as mesmas lembranças. A minha lembrança de 98 é a vontade de vencer. Eu tenho na minha cabeça que quando tu entras com a ideia de que não é capaz, que é inferior, tu já perdeu. Então, se entrar com a ideia de que pode e é capaz, aumentam tuas chances de vitória — afirmou Ezequiel, que complementou:
— Se do outro lado tem Diego Costa, tem Renato Portaluppi no banco, aqui no Juventude nós temos Gilberto, Roger Machado. Temos que ter essa percepção de que a gente é capaz . Eu estou muito confiante, de verdade. Creio que a gente vai sair de lá vitorioso e o meu palpite é 1 a 0, o gol de cabeça, mas não sei de quem. Se o Juventude sair na frente. Ninguém mais passa do meio campo (risos) — disse.
Camisa da sorte
A camisa que Ezequiel vai vestir nas arquibancadas da Arena é especial para o torcedor. É uma peça feita em alusão ao título da Copa do Brasil de 1999, contra o Botafogo, que tem o calçadão de Copacabana na camisa.
— Essa camisa está autografada pelo Nenê. Nesse ano, com essa camisa, eu ainda não perdi, é a camisa da sorte (risos). E sábado vamos iniciar a busca pelo título e eu vou estar com essa camisa. Se formos campeões, vou fazer um quadro dela. Vou fazer também uma tatuagem com as três taças do Ju, as duas do Gauchão e a da Copa do Brasil — salientou Ezequiel.
"Deixa o Roger trabalhar"
Durante o Campeonato Gaúcho, o Juventude passou por um período de instabilidade. A continuidade do trabalho do técnico Roger Machado chegou a ser ameaçada e muitos torcedores pediam a saída do profissional. Ezequiel afirmou que não fazia parte do grupo de Jaconeros que pedia a saída do Roger.
— Desde que o Roger chegou eu falava com meus amigos para deixar ele trabalhar. Não tem como tu entender uma metodologia rápido. Os jogadores até então, era o Carpini que tinha pedido a contratação, isso é difícil para implantar tua ideia. Tem que ter esse prazo maior. Eu só queria ter pegado o Caxias com o time que nós temos hoje — brincou o torcedor.