Preso por um crime inafiançável, quando não há direito ao pagamento de fiança para evitar a detenção, o torcedor do Caxias que cometeu gesto racista contra o zagueiro Tiago Pedra, do São José, na sexta-feira (9), no Estádio Centenário, está em liberdade desde o sábado (10). A informação é do delegado Rafael Keller, que responde temporariamente pela 2ª Delegacia de Polícia (DP) de Caxias do Sul.
O caso foi registrado antes mesmo do início da partida entre os dois times no Estádio Centenário, pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho. Na oportunidade, a partida chegou a ficar paralisada por 13 minutos por conta da possibilidade do zagueiro Tiago Pedra ser retirado do jogo para prestar depoimento, o que acabou não acontecendo. O torcedor foi identificado com o auxílio da própria torcida do Caxias e levado até Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) da cidade.
Também segundo o delegado Keller, a investigação segue em aberto, e o suspeito responderá pelo crime em liberdade. Ainda no sábado, a Polícia Civil confirmou que o gesto feito pelo torcedor se enquadra como injúria racial, com pena de dois a cinco anos.
O torcedor era sócio do Caxias e o clube ainda não definiu se ele será definitivamente proibido de frequentar o Estádio Centenário. Nesta terça-feira (12), após o jogo diante do Bahia, o vice-presidente de futebol e ex-presidente do clube grená, Paulo César Santos, falou sobre o caso:
— É claro que temos de mudar essa cultura, o racismo não pode ser cogitado em nenhum espetáculo, em nenhum ambiente. Mas, infelizmente, convivemos com isso. O Caxias tomou todas as atitudes, identificou o torcedor. Deu todo o respaldo. Tudo o que se pode fazer. A gente lamenta que essa pessoa vai sofrer com o que está na lei. Precisa ser usado como um exemplo e superar.