O Juventude pode ter duas surpresas para enfrentar o líder Vitória no Barradão, neste domingo (29), às 19h. Com desgaste físico, Reginaldo deve dar lugar a Dani Bolt na lateral direita. Luiz Gustavo também disputa a posição. Já no meio, por ordem tática, Carpini testou Matheus Vargas na vaga de Vini Paulista durante os treinamentos da semana. Depois de dois empates para Sport e Londrina, dentro de casa, alguns ajustes foram feitos pelo treinador para que a equipe seja mais efetiva e não dê chances para o adversário ditar o ritmo do jogo.
E uma peça será fundamental na dinâmica do meio-campo alviverde para tentar estragar a festa do acesso, programada pela torcida baiana. Jadson, volante de 30 anos, é um dos atletas mais regulares do time em 2023.
— Está sendo uma temporada bem proveitosa. Individualmente, principalmente, também. Fazer parte de um time que está brigando por algo tão importante para o clube, eu fico muito feliz — admitiu o camisa 16.
O jogador revelou em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, que a ansiedade foi o maior inimigo da equipe nos últimos jogos na Série B.
— Eu acho que a gente esteve um pouco ansioso nos jogos em casa. Essa ansiedade de vencer, atrapalhou o time no último terço do campo. No comando do Carpini, somos um time que tomou poucos gols, mesmo se expondo bastante. Nos últimos jogos, não conseguimos manter o equilíbrio que tínhamos. Foi um pouco da ansiedade.
Mesmo assim, o volante destacou que o grupo tem que aceitar a cobrança por resultados melhores.
— Eu acho normal. Todo time que almeja grandes coisas e teve uma sequência de vitórias será cobrado. Quando você faz um pouco menos do que vinha fazendo, mesmo que seja muito melhor do que era no início da temporada, você será cobrado. Temos que lidar com a cobrança de maneira positiva. Só se cobra de um time que pode entregar mais do que está entregando.
Mudança de perspectiva
Depois de um início de temporada preocupante, com eliminações prematuras na Copa do Brasil e Gauchão, Jadson destaca a mudança de postura da equipe, que neste domingo só dependerá de si para terminar mais uma rodada dentro do G-4.
— O começo de ano com dificuldade era um pouco esperado, pelo fato de termos trocado tantos jogadores, um comando técnico novo e o clube estava se reestruturando para jogar a Série B. Eu acho que a chegada do Carpini, a confiança que ele tem feito, fez toda a diferença para termos um nível de performance que tivemos no começo da temporada. Espero, que apesar dos últimos três empates, a gente consiga manter o nível de competitividade que vamos conseguir o objetivo.
Jadson está fechando sua terceira temporada no Alfredo Jaconi. Marcado por boas atuações no ano da permanência do clube na Primeira Dvisão, em 2021, o jogador admite que 2023 pode vir a ser o melhor.
— Eu gosto muito da nossa temporada, do que a gente tem vivido. Acho que da nossa constância, da forma como jogamos, a forma como o Carpini administra o nosso dia a dia e o vestiário. Essa temporada não acabou ainda, então não posso falar que é a mais especial, mas eu gosto muito dela. A temporada do ano passado, eu prefiro esquecer. A de 2021 tínhamos um time totalmente diferente em termos de experiência e de campeonato — destacou Jadson, que ainda completou:
— Se tiver o acesso, acredito que será minha melhor. Em 2021 tinha um algo especial nas últimas rodadas. Caras especiais, de muita qualidade e difícil encontrar. Nesse ano é um time diferente. Em 2021, tínhamos valores individuais melhores. Esse ano, a capacidade de coletivo e de se sacrificar pelo cara do lado é diferente.
Pós-rebaixamento
A queda para a Série B fez o volante repensar muita coisa. Mas o que mais pesou na sua continuidade em Caxias do Sul foi a possibilidade de dar a volta por cima.
— Meu pensamento era reconstruir o que tinha sido perdido no ano passado. Tivemos uma temporada muito abaixo. Terminar em último, vencendo pouco, uma partida em seis meses. É algo duro pra quem trabalha bastante. Depois daquilo, eu só queria voltar a vencer. Quando o Carpini chegou, a gente sentou e conversou. Eu falei pra ele, que só queria voltar a vencer. E quando vencemos cinco seguidas, a mentalidade da vitória, ficou forte.
E apesar de não ser decisivo em campo como Nenê, Jadson cumpre um papel importante na estrutura montada pelo técnico Thiago Carpini.
— Não sou o cara que aparece. A gente até brinca e os caras me cobram pra eu fazer gol. Se eu fizesse gol, já tava aposentado (risos). Não é muito a minha, mas eu sempre fui um cara que tive um senso de sacrifício grande pelo objetivo e pelo projeto. Aos 30 anos, estou no meu melhor momento. Estou curtindo cada partida pelo clube, pela cidade. Todas as experiências na minha carreira me moldaram.
A gente precisa manter o mesmo nível de performance e foco. A constância vai nos levar ao objetivo final.
JADSON
VOLANTE DO JUVENTUDE
Melhor visitante x Melhor mandante
Juventude e Vitória é o confronto mais aguardado pela 34ª rodada da Série B. O verdão é o melhor visitante da competição, enquanto que os baianos são os melhores atuando como mandantes.
— Eu acho que será um jogo muito bom para quem vai jogar e para quem vai assistir. São dois bons times. O Vitória é o líder da competição há bastante tempo e nós somos o visitante indigesto. Temos que procurar fazer o que sempre fazemos fora de casa. Procurar propor o jogo, controlar os aspectos do jogo e ser competitivo.
Para o meio-campista alviverde, a equipe ainda paga o preço pela largada ruim na Série B.
— Nós começamos o campeonato com poucos pontos em seis ou sete partidas. O Vitória começou com cinco vitórias seguidas e sem tomar gol. Mesmo quando oscilaram, foram só duas ou três partidas. Desde a chegada do Carpini, nós oscilamos pouco, mas tínhamos um saldo negativo do começo do campeonato. O Vitória tem a constância e a forma como jogam dentro e fora de casa.
E o volante ainda deu a dica que pode levar o Ju ao sucesso em Salvador no domingo:
— Infelizmente, a oscilação não pode ocorrer neste momento da competição. Para quem briga na parte de cima, numa diferença tão pequena na pontuação. Às vezes, você oscila e perde posições. Na outra, você recupera. A gente precisa manter o mesmo nível de performance e foco. A constância vai nos levar ao objetivo final.
O Juventude não vence o Vitória em Salvador há 23 anos. O último triunfo ocorreu na Copa João Havelange de 2000. Vitória por 1 a 0, com gol do meia Luiz Fernando. Neste domingo, o time alviverde tenta quebrar o tabu e ficar mais perto da Série A de 2024.