O técnico do Caxias, Gerson Gusmão, vivenciou os dois lados de um vestiário no futebol. Como jogador, foi comandado por muitos técnicos. Agora, é ele quem define a escalação de um time. A bagagem que trouxe no período como atleta também é importante para saber lidar com as situações do dia a dia. Dentro de campo, começou a carreira nas categorias de base do Novo Hamburgo e se profissionalizou em Santa Catarina, após passar pelo Criciúma.
No ano de 2006, Gusmão decidiu pendurar as chuteiras, mas não abandonou o futebol. Cursando a faculdade de Educação Física, o profissional foi convidado para trabalhar nas categorias de base do time do Vale dos Sinos. Após, foi auxiliar da comissão técnica por quase cinco anos até ter a primeira chance de treinador no ano de 2016.
— Fui auxiliar do Itamar Schulle. Em 2016, no Novo Hamburgo, foi a primeira chance como treinador. Acredito que por ter me formado primeiro em licenciatura, consegui aproveitar muito bem essa parte da didática que a licenciatura tem. Procuro sempre passar muitas informações aos atletas — contou o Gusmão, que revela os nomes de alguns profissionais que trabalhou:
— Tive bons treinadores, Cassiá no Criciúma, Lula Pereira, outros em Santa Catarina que aprendi muito. E também no Novo Hamburgo. Passaram por lá Julinho Camargo, Leandro Machado, Gilmar Dal Pozzo e Paulo Turra. São profissionais que sempre admirei também.
O treinador reconhece que o futebol mudou. Ao comparar o seu tempo de jogador com o momento atual, algumas diferenças são percebidas. Conforme Gersão Gusmão, os atletas querem conteúdo desde o aquecimento para o treino.
— Hoje, o atleta de futebol quer conteúdo, não quer só ser escalado e jogar. Ele quer crescer, quer ir para um time melhor, ter uma remuneração melhor. Então, ele exige isso do técnico. Antigamente, o treinador mandava os atletas dar cinco voltas ao redor do campo para o aquecimento. Hoje, você prepara todo um aquecimento com minijogos, estímulos e sprints. As coisas evoluíram e o atleta melhorou bastante por questionar. Antes, dificilmente questionava ou debatia com o técnico. Hoje, você conversa, debate, pergunta como ele está se sentindo. O atleta se preocupa em olhar números para ver o seu desempenho — refletiu.
SUCESSO NO OPERÁRIO
Entre os anos de 2016 e 2020, Gerson Gusmão teve o seu melhor momento na carreira. Foi multicampeão com o Operário-PR. Ele pegou o time na segunda divisão do paranaense e entregou na Série B do Brasileirão. Com o time de Ponta Grossa-PR, o treinador foi campeão das Séries C e D.
— Foram quatro anos e sete meses. Na época foi o mais longevo do futebol brasileiro competindo com Renato Gaúcho. Tive quatro títulos lá. O Operário tem uma torcida apaixonada, uma cidade menor do que Caxias. Mas não vejo outra situação, se você não tiver resultado para permanecer por um longo tempo. Hoje, a média é bem menor, quatro ou cinco meses. O presidente do grupo gestor do Operário já queria ter me contratado no tempo do Novo Hamburgo. Quando cheguei lá, o clube caiu para segunda paranaense e teria de ganhar a Copa local para ter vaga na Série D — finalizou.