Quem será o titular da camisa 1 do Caxias na Série D do Brasileirão? O torcedor terá a resposta somente na quinta rodada da competição. O técnico Tcheco decidiu dar dois jogos para André Lucas e outros dois para Pedro Paulo. O primeiro já entrou em campo nos 180 minutos propostos.
Agora será a vez do reforço anunciado após a saída de Bruno Ferreira. Pedro Paulo, 24 anos, veio do Atlético Goianiense e será o titular diante do Aimoré, no domingo (21), às 16h, no Estádio Cristo Rei. Depois, também terá um jogo em casa, contra o Brasil de Pelotas. O arqueiro revelou no programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, como foi a conversa do técnico Tcheco com os goleiros.
— Na viagem para São José dos Pinhais, ele conversou comigo, com o André e com o Everson, que é o preparador. Ele explicou toda a situação, que confiava tanto em mim quanto no André e, sendo assim, ele iria dar duas oportunidades para cada um e que, depois desses quatro jogos, iria definir quem teria sequência no gol. Ele foi bem transparente. Então, me preparei da melhor maneira possível para esse jogo. Ansiedade é normal, faz parte. Se não tiver, tem alguma coisa errada. Sempre tem um friozinho na barriga, mas é tranquilo.
O concorrente ao posto está há seis anos no Estádio Centenário, mas ainda não conseguiu uma sequência absoluta. Ninguém conhece melhor o sentimento do torcedor grená que André Lucas. Sobre a disputa, Pedro Paulo citou a transparência com o colega de grupo.
— Eu cheguei há pouco tempo, mas já tenho uma amizade considerável com o André. É um cara muito gente boa, muito transparente. Inclusive, senta do meu lado no vestiário. Faz parte, é uma disputa boa, sadia. Nosso vestiário é muito bom, mas sempre tem de dois a três jogadores disputando a mesma posição, e essa disputa faz com que o grupo cresça.
Em 2022, Pedro Paulo viveu seu melhor momento na carreira. Ele foi campeão Potiguar com o ABC, algoz grená do acesso um ano antes. Ainda na temporada passada, foi destaque do time na conquista da vaga à Série B. Ele acabou deixando o time de Natal-RN antes da fase final ao receber uma proposta irrecusável do Atlético-GO.
É um clube que está na D, mas não é de D. É um clube que tem uma torcida gigantesca, que paga em dia.
GOLEIRO PEDRO PAULO
Jogador revela o motivo para deixar o Atlético-GO e vir para o Grená
— Foi um momento muito bom na minha carreira. Inclusive, na Série C, passamos seis jogos sem tomar gol. Foi um momento muito importante, que deu uma credibilidade na carreira, uma alavancada. Me sinto parte daquele grupo que conquistou o acesso mesmo ser ter estado lá, porque acredito que fiz a minha parte. Mas é buscar outros momentos melhores, quem sabe aqui — declarou Pedro Paulo, que revelou o motivo de ter deixado um clube de Série B para acertar com Caxias na Série D:
— Quando eu recebi a proposta, a minha primeira atitude foi falar não, por conta da realidade de estar em um clube de Série B, brigando para subir à Série A. Algumas coisas pesaram para vir para cá. Mas vir para cá, vestir a camisa do Caxias, que é um clube de tradição. É um clube que está na D, mas não é de D. É um clube que tem uma torcida gigantesca, que paga em dia. Sabemos que têm clubes de Série B que não tem essa capacidade de pagar em dia. O Caxias tem uma estrutura boa de trabalho, e tudo isso pesou na balança. No Atlético, eu não estava recebendo tanta oportunidade. Buscar esse acesso é um peso gigantesco para mim e para todos os atletas que estão aqui.
ESTILO PEDRO PAULO
:: PRÓXIMOS DOIS JOGOS COMO TITULAR
— Eu costumo dizer que o futebol não é um trabalho para mim, é uma diversão com responsabilidade. Todo atleta começou no futebol brincando, jogando bola na rua, na esquina, no projeto. E hoje não é diferente. É uma coisa que não tem peso. Eu saio todos os dias alegre para trabalhar, para fazer o que eu gosto, com responsabilidade. Goleiro é uma posição que pesa mais a questão da responsabilidade.
:: CARACTERÍSTICAS
— Se vermos todos os goleiros, eles são bons debaixo das traves, ele trabalha todos os dias os fundamentos básicos. Mas eu acho que a saída do gol, tanto em uma bola aérea quanto coberta, nas costas do zagueiro, que acontece muito, além do jogo com os pés, são diferenciais. Eu acredito que eu tenho isso em mim. É claro que você trabalha todos os dias para ir melhorando. Você não chega num ponto em que não precisa mais evoluir.
:: JOGAR COM OS PÉS
— Primeiro, a gente precisa entender que o goleiro não tem tanta qualidade técnica quanto um jogador de linha. Eles vivem em contato com a bola no pé, então eles sempre têm uma qualidade a mais que o goleiro. Então, para mim, um goleiro que sabe jogar com os pés é um goleiro que tem um bom passe, um bom domínio, um bom lançamento. Acredito que saber driblar, dar um chapéu no atacante não é saber jogar com os pés, mas sim um recurso.
:: RITMO DE JOGO
— É bom ter uma sequência para dar confiança e o famoso ritmo de jogo. A minha última partida foi no estadual, pelo Atlético-GO. Eu joguei a estreia e, depois disso, eu não tive mais sequência. Trabalhei para conseguir, mas quem estava jogando lá era o Ronaldo, que era a prioridade e vinha muito bem. Chegando aqui, quem vê de fora pode ser que veja como um malefício, mas acho que não.
:: PESO DE SUBSTITUIR O BRUNO FERREIRA
— O futebol é bem dinâmico, isso acontece muito, de um goleiro estar bem em uma equipe, sair dela e o clube buscar outro goleiro parecido e que possa fazer a mesma campanha que, por exemplo, o Bruno fez. É tranquilo. Ele tem as suas características, o Pedro tem as dele, o André tem outra. Mas o pensamento é o mesmo: é chegar aqui, não tomar gol, defender as cores do Caxias da melhor maneira possível e, junto com os atletas, conseguir o tão esperado acesso que, tenho certeza que nesse ano, não vai bater na trave. Se bater na trave, vai entrar.