Em vídeos de depoimento ao Ministério Público de Goiás, obtidos exclusivamente pelo UOL, o volante Gabriel Tota, que tem vínculo com o Juventude e está emprestado ao Ypiranga, disse não lembrar de receber três transferências bancárias no ano passado, no esquema de manipulação de jogos.
A investigação aponta que Tota recebeu três valores suspeitos, de R$ 15 mil, de R$ 5 mil e de R$ 50 mil, todos enviados por membros da quadrilha que já foram presos pela Operação Penalidade Máxima II, do Ministério Público de Goiás.
Em sua fala, à promotora Gabriella Clementino, no último dia 28 de abril, o jogador de 21 anos disse não se recordar de recebimentos dessas transferências via pix, que chegam a R$ 70 mil, conforme comprovado em investigação do MP. O salário de Tota no Juventude seria de R$ 12 mil. Ele é investigado pelo envolvimento nas manipulações de resultados esportivos no Campeonato Brasileiro de 2022, enquanto atuava pelo Juventude.
- Não, não me recordo. R$ 50 mil entrou na minha conta? É valores do ano passado? Não me recordo muito de situações do ano passado - disse o jogador em depoimento.
O meio-campista se tornou réu sob acusação de manipulação de evento esportivo. Ele terá dez dias para se defender. Ele nega a acusação e afirma que não fez a intermediação entre os acusados de operar o esquema e os colegas de Juventude.
Vale lembrar que a denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás, por manipulação de resultados em apostas esportivas, mostra que Tota e o zagueiro Miranda fazendo uma chamada de vídeo de dentro do vestiário do clube com o responsável pelo pagamento de propina para manipularem ações de um jogo.
Moraes confessou
Em outro vídeo de depoimento ao Ministério Público de Goiás, obtidos exclusivamente pelo UOL, o lateral Onitlasi Moraes, que jogou pelo Juventude em 2022, confessou ter participado do esquema de manipulação de jogos. Em sua fala, o jogador afirmou ter recebido R$ 25 mil para tomar cartões amarelos em dois jogos, contra Palmeiras e Goiás, ambos no ano passado.