Não foram apenas os resultados que derrubaram o técnico Pintado do comando do Juventude. Na avaliação dos dirigentes alviverdes, o rendimento da equipe nas cinco primeiras rodadas da Série B esteve abaixo do planejado para esta etapa da competição.
— Quando você demite um técnico, as coisas se repetem. A gente esperava mais do Juventude nessas primeiras rodadas. Mais desempenho e mais resultado. E aí, quando as coisas não acontecem, já é de praxe, por mais que a gente tente ser diferente, tem algumas coisas que não tem como. Os resultados não vieram, o desempenho a gente também entende que não veio. E aí, a gente optou por abortar o trabalho pensando no futuro — destacou Luis Carlos Bianchi, do comitê gestor do clube.
De acordo com o dirigente, nesta etapa é mais simples trocar o comando técnico do que mexer na formação do grupo.
— Nesse caso, você não tem como trocar meio time nesse momento. Nós temos uma janela de transferências fechada e, independente da janela, das contratações que a gente vá fazer, a gente entende que esse grupo que está aí pode render mais. Entendemos que as contratações que fizemos deram uma qualidade maior à equipe, e é por isso que a gente entende que o trabalho não estava rendendo da maneira esperada. Vamos em busca de um novo comandante que pode tirar mais desse grupo — apontou Bianchi.
Rescisões
Com a saída de Pintado, o Juventude vai em busca de seu terceiro treinador na temporada. Além dele, Celso Roth comandou a equipe no começo do ano. Com tantas alterações na casamata, o clube terá que arcar também com os prejuízos de suas escolhas, com as rescisões contratuais.
— A saída do Roth não trouxe nenhum prejuízo ao clube. O Celso não possuía nenhuma multa por rescisão. Ele recebeu pelos dias trabalhados. Quanto ao Pintado, sim. Existe uma multa que vai ser negociada com ele. Faz parte do processo. Eu acho que uma perspectiva de acesso ou manutenção na B se suplantam à uma eventual multa a um treinador que está saindo. A multa será paga, mas a gente entende que o prejuízo de uma campanha ruim que se avizinhava pelo início, e que a gente talvez não via perspectiva de melhora à curto prazo, eu acho que não poderíamos ficar passivos diante disso, pensando única e exclusivamente numa multa — revelou o dirigente alviverde.
O desempenho dos atletas também está sendo avaliado pela direção do Juventude. Questões físicas e técnicas abaixo do ideal estão impedindo que alguns atletas possam render mais em campo.
— A gente tem observado, cobrado e conversado com alguns atletas que já estavam aí e que baixaram seu rendimento em relação ao próprio Gauchão. Jogadores contratados que esperávamos mais. Estamos muito atentos à isso. Você não tem como trocar um grupo de atletas inteiro e buscar alternativas nesse momento. Então, o técnico acaba sendo a bola da vez. Mas estamos atentos à questão dos atletas que estão rendendo abaixo do que renderam em outros clubes e também no próprio Juventude — finalizou o diretor.