Anderson Simas Luciano, popularmente conhecido como Tcheco, terá a missão de colocar o Caxias na Série C do Campeonato Brasileiro. Na próxima segunda-feira (24), o profissional completará uma semana dentro desse novo desafio.
Tcheco assume o clube grená após a saída do técnico Thiago Carvalho, que se transferiu para o América-RN. Nos primeiros dias dentro do Estádio Centenário, o comandante contou o que viu da estrutura do clube.
— Muito feliz pelo que encontrei. Está em um processo de organização, mas muita coisa já é útil para trabalhar, sem pedir algo. Estrutura boa, campo suplementar muito bom, o estádio está em bom nível, mas pode ficar melhor. A estrutura do clube é muito aceitável. Muito feliz pelo ambiente, a cidade é boa. Estou muito bem e feliz, assim como cheguei no Cascavel — declarou em entrevista ao programa Show Dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
O Caxias já trabalhava com a possibilidade da saída de Carvalho, eleito o melhor da função no Gauchão. Por isso, o anúncio de Tcheco foi tão rápido, no mesmo dia do pedido de rescisão do ex-treinador. Sobre o grande desafio na temporada, a Série D, o novo técnico disse que já passou da hora do grená subir de divisão nacional.
— É um desafio importante na caminha carreira. O Caxias está batendo na trave na Série D e já passou do tempo de estar na Série C. A Série D é muito pequena para o Caxias.
O Caxias fará a sua estreia na Série D do Brasileirão no final de semana de 6 e 7 de maio. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não divulgou a tabela detalhada. Contudo, o grená sabe que vai estrear longe do Estádio Centenário. O primeiro adversário é o São Joseense, no Paraná.
CONFIRA OS PRINCIPAIS PONTOS DA ENTREVISTA
:: CARREIRA
— Eu me preparei bem para estar como técnico. Mais de sete anos como auxiliar do Coritiba, um ano como treinador do sub-23. Depois tive experiência no Paraná Clube como auxiliar, quando teve o acesso à Série A. Passei por processos importantes, fui para uma Série B do Catarinense, um mercado difícil de entender o jogo e, agora, por último, no Azuriz. Não virei técnico de uma hora para outra. Estou no mercado inserido com as minhas convicções para não patinar.
:: PRESSÃO PELO ACESSO
— Para mim esse tem que ser o ano. A gente tem que consolidar. Está é uma pressão que o jogador tem que sentir. A gente está no mundo do futebol que sem pressão não faz sentido. Jogador tem que entender onde quer chegar.
:: REFERÊNCIAS
— Eu gostava desde pequeno de futebol. A primeira vez que chorei pelo futebol foi na derrota do Brasil para a Itália em 82. Não tinha noção de esquema, tinha sete anos. O técnico era o Telê. Ele no São Paulo fazia aquele time jogar como música. Eu me inspirava nas entrevistas dele, do modo como jogava o time, no modo como gostava de conduzir os atletas e isso é uma inspiração. Na prática, tu pega de todos, mas tem a sua convicção. O Rubens Minelli na prática foi um dos melhores que peguei no começo a carreira. Foi tricampeão com o Inter.
Para mim esse tem que ser o ano. Esta é uma pressão que o jogador tem que sentir.
TCHECO
Técnico do Caxias sobre o acesso
:: INTERCÂMBIO INGLATERRA
— Foi em 2016 ou 2017. Não se trava especificamente sobre o futebol. Teve um dia que se falou só sobre a Premier League. Um dia que se falava sobre tudo, lado social, organização, arbitragem que lá é profissional e lado financeiro. Vejo que ser mais afetivo com os atletas. Pego alguns assuntos, como depressão, financeiro quando para de jogar. Tem coisas que vou colocar devagar aqui no Caxias. Lá também mostrou algumas coisas de campo, modelos de treino, como gerir a equipe na divisão de grupos na parte física e técnica.
:: TIME MAIS OBJETIVO
— Quando você rouba a bola tem que ser o mais agudo possível. Porém, nem sempre vai dar para ter uma transição muito objetiva. Não deu para ser mais objetivo, fica com a bola. A ideia é ter mais uma bola no campo ofensivo, no máximo, na intermediária defensiva, não próximo a área. Mas eu gosto de ser muito ofensivo, tenho até que me equilibrar. O Thiago fez um grande trabalho, está de parabéns, mas o Caxias levou gol em quase todos os jogos, temos que diminuir isso.
:: MEIA AUGUSTO GALVÁN, EX-REAL MADRID B
— Tinha a possibilidade trazer ele ainda com o Thiago, ele tem o nosso aval. Tem passagem pelo Real Madrid B, sua base foi toda lá e vai agregar muito. Joga por dentro e pelo lado, não sendo especificamente um extremo, pois não é a função, mas de construção de lado para dentro.
:: MAIS REFORÇOS NO ATAQUE?
— Não acabei indicando. O Joãozinho e Marcelinho já estavam contratados. Não indiquei ninguém de lado ainda não, estamos em conversas. Ainda não foi fechado o nosso elenco. Tem que ser pontual. Não pode vir mais um. Estamos procurando um nome com bastante referência para trazer.
:: E O APELIDO, TCHECO?
— Desde pequeno. A minha vó me deu o apelido. Anderson era só com a mãe e na catequese. Naquela época não tinha muito isso de creche. A minha vó tinha uma vizinha que puxava muito o Tchê. As minhas primeiras palavras vieram com som de Tchê e a minha vó deu apelido para todos os 14 netos. Alguns acham que nasceu da Tchecoslováquia, mas não.