Ex-jogador, Tcheco traz a bagagem de 16 anos dentro das quatro linhas para a sua nova função. Neste período, conviveu com vestiários de peso do futebol brasileiro, como Grêmio, Corinthians e Santos. Gestão de grupo é algo cada vez mais importante, além da parte tática e técnica. São praticamente 30 pessoas, com diferentes personalidades e modos de agir.
Como treinador, a experiência de Tcheco é recente. Após se aposentar dos gramados em 2012, optou em começar por baixo. Não quis iniciar como treinador em uma Série A ou B do Brasileirão. Primeiro foi auxiliar e depois decidiu ser técnico de equipes menores, como do Barra na segunda divisão do catarinense.
— Foi uma opção minha, pois quando estava no Coritiba, em 2013, o time não poderia perder nenhum jogo e garantiu a permanência. O presidente queria que eu fosse treinador naquela ocasião. Eu disse que não estava preparado e não queria acelerar processos. Em 2018, com o time na segunda divisão e jogamos contra o Brasil-Pel sem treinador e novamente o presidente me pediu para assumir de forma efetiva. Disse que precisava terminar o meu processo. Então, foi uma escolha minha, do que eu sentia. Para eu ter as minhas convicções e diretrizes. Tive possibilidades, mas não quis aceitar. É diferente da maioria. Mas eu só me senti bem depois de fazer todo este processo — comentou Tcheco.
Com mais de uma semana no Estádio Centenário, já é possível observar o estilo Tcheco de comandar as atividades no dia a dia grená. Nas semanas cheias de treinos, é comum ver o auxiliar José Luiz Fonseca à frente dos trabalhos. A voz ativa das ações se torna do auxiliar e Tcheco observa tudo de perto e intercede pontualmente. O próprio treinador já explicou que essa metodologia vem do tempo de jogador, pois a voz do técnico cansa toda hora no ouvido do atleta.
Quando se aproxima mais da metade da semana, Tcheco vai aumentando a sua participação nos treinos. Por exemplo, na véspera do teste contra o São José, o técnico teve uma longa conversa com o grupo de jogadores. Com os atletas sentados no gramado, o comandante falou e orientou por 20 minutos. Depois, o elenco fez um trabalho de contra-ataque, com Tcheco observando e fazendo intervenções.
O novo comandante grená também reserva momentos de conversas com a imprensa. Em uma das atividades no CT Baixada Rubra, Tcheco se dirigiu aos repórteres e explicou como seria o treino: "Hoje vou fazer um treino alemão. Conhecem?". E logo explicou a atividade e qual era o seu objetivo. E o mesmo também já avisa: "Sou de falar mais simples sobre o futebol", um perfil diferente de alguns professores da bola, com termos mais rebuscados.