Em meio a tantas indefinições quanto ao novo treinador, do futuro executivo de futebol e das novas peças que o time terá para a disputa da Série B, o Juventude se prepara para aquela que pode ser a última batalha no Gauchão 2023. Isto porque, além de vencer o Brasil-Pel no sábado, dia 11, no Alfredo Jaconi, o Verdão tem que secar o rival Caxias e tirar uma diferença de cinco gols de saldo.
Se classificar para as semifinais do estadual parece ser uma tarefa quase impossível, para um jogador, no entanto, a partida diante do Xavante vale mais do que os três pontos. É a confirmação de um bom momento, após tantas dificuldades do clube achar seu camisa 1. O goleiro Thiago Couto, de boa atuação na vitória sobre o Esportivo, em Bento Gonçalves, quer mostrar que após a saída de Pegorari ele pode ser o titular do Verdão no restante da temporada.
— Eu vim aqui justamente pra buscar este espaço, disputar posição e jogar. Esperei a minha oportunidade. Acredito que estava preparado. A gente trabalha pra que os resultados aconteçam e o pessoal que não me conhecia tem a chance de me ver em campo. Era a oportunidade de mostrar quem eu sou pra dar sequência na titularidade para a Série B e buscar o principal objetivo, que é colocar o clube na Série A — avaliou o goleiro em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Cria de Rogério Ceni
O goleiro de 23 anos fez toda a sua formação na base do São Paulo e, ao subir para os profissionais, teve a chance de trabalhar com seu maior ídolo.
— É uma sensação diferente. Eu cresci vendo o Rogério Ceni jogar e o meu primeiro contato no profissional foi justamente com ele. Tudo que ele fala ali, a gente tenta absorver de alguma maneira pra poder crescer na carreira. O Rogério cobra todo mundo, não só os goleiros. Tem que estar treinando bem, do contrário ele muda o time. É o jeito dele de ser. Ele vestiu tanto tempo aquela camisa, se tornou ídolo, é um cara vitorioso. E a gente quer seguir o mesmo caminho, claro que construindo a nossa história, mas atingindo tudo o que ele conquistou. É uma grande meta pra gente — revelou Thiago.
O jogador nunca cogitou cobrar faltas, marca registrada na carreira de Rogério Ceni. A pressão que Thiago Couto sofreu foi outra. A de substituir o ídolo no gol são-paulino. Foram apenas sete jogos no tricolor paulista, no ano passado.
— A pressão é grande. Vestir aquela camisa ali, ainda mais no gol, quem joga no São Paulo tem um peso extra. Não pode cometer um erro, porque vem logo a lembrança do torcedor que teve um ídolo na posição e exige igual — apontou o camisa 1.
No Juventude, a pressão não é diferente. Os goleiros César e Pegorari não conseguiram conquistar a confiança do torcedor. Thiago recebeu a primeira chance diante do São José, no polêmico gramado sintético do estádio Francisco Novelletto Neto. No final, empate em 1 a 1, pela sétima rodada do Campeonato Gaúcho. Desde então, o goleiro permanece entre os titulares do Verdão.
— Conversava bastante com o Pegorari durante os treinos e nas concentrações. Quando as coisas não vão bem, a torcida acaba pegando no pé de alguma forma, a gente tem que aprender a lidar com isso. O Pegorari era um cara experiente que acabou não dando certo aqui. E o futebol é assim, quando as coisas não vão bem. Estou fazendo bons jogos. No começo a gente sente um pouco o ritmo, depois de muito tempo sem jogar, mas agora consegui ter sequência. A estreia no gramado sintético do São José não era o ideal pra se jogar. Acabei ficando ansioso, mas a gente se adapta o melhor possível — afirmou o camisa 1.
BOAS ATUAÇÕES
Destaque contra o Esportivo, Thiago Couto também salvou o Juventude de uma derrota no clássico Ca-Ju 287. Quando a equipe grená vencia por 1 a 0, o goleiro alviverde defendeu uma penalidade máxima.
— O clássico foi um ambiente totalmente diferente, muito gostoso de se jogar. A torcida do Juventude fez uma festa muito linda. Aquele momento do pênalti, se a gente sofre o segundo gol, ia ser difícil reverter. Tive a felicidade de defender e a equipe reagiu. Foi muito bom vivenciar este clássico — destacou.
No sábado, contra o Brasil-Pel, no Alfredo Jaconi, Thiago Couto acredita que a equipe precisa pensar primeiro na vitória e depois aguardar o resultado paralelo entre Caxias e Avenida para ver se o Ju consegue atingir a classificação para as semifinais do estadual.
— É uma situação um pouco diferente. A gente agora depende não só dos nossos esforços pra conseguir a classificação, mas temos que fazer a nossa parte. A gente vai se preparar bem, tendo alguns dias a mais para trabalhar, e vamos focar em fazer a nossa parte no jogo contra o Brasil para alcançar a vitória.