O Paixão Ca-Ju Podcast chega a sua última edição da primeira temporada. O ex-jogador José Carlos Santos Silva, popularmente conhecido como Zé do Gol, conversou com os jornalistas Eduardo Costa e Tiago Nunes. O atacante tem duas passagens pelo Juventude em situações bem distintas. A primeira foi em 2005 e a segunda em 2009. Aliás, o apelido ele ganhou logo no começo da carreira.
— Esse apelido surgiu no Botafogo. Na época tinha o torneio Rio-São Paulo no início de cada ano. Eucomecei a fazer gols em todas as equipes de São Paulo e o jornal Extra começou a divulgar de Zé do Gol. Depois segui fazendo gols no Brasileiro — contou.
Zé do Gol esteve na final na Copa do Brasil de 1999, mas ele não vestiu as cores do Verdão. O atleta defendia o Botafogo e contou como foi o trauma de perder uma final no Maracanã lotado.
— Perdemos o primeiro jogo, tivemos algumas divergências e ficou um clima de que dava para ter ganho no Jaconi. No Maracanã, o resultado não veio, frustrou a torcida e o vestiário foi de um clima de total tristeza, chorando e os torcedores não acreditando. O Juventude conseguiu manter o 0a 0 e ficar com o título.
Quando tinha 30 anos, o atacante chegou ao Estádio Alfredo Jaconi. Em 20 partidas acabou marcando oito gols pelo Ju. Naquela temporada, o time ficou em 12º lugar no Brasileirão com 55 pontos. Ele dividiu vestiário com outros atletas mais experientes, como Túlio Maravilha, e jovens que começavam a aparecer no cenário nacional, entre eles o zagueiro Naldo.
— Eu tive grandes momentos no Juventude, participamos do Brasileirão com Doni, (Antônio Carlos) Zago, Chicão, Tucho e Naldo surgindo com aquela patada de fora da área. Foi um momento meu de cura. Passei pelo momento de dor e depois tive sucesso no Sul, com carinho muito grande da torcida. Era uma mescla de jogadores muito boa, em 2005 teve o jogo contra o Paysandu, quando fiz um dos gols mais bonitos da minha carreira. Dominei no peito e sem deixar cair no chão, marquei o gol — descreveu.
A segunda passagem pelo Jaconi foi totalmente diferente. Em 2009, na Série B do Brasileirão, Zé não teve o faro do gol. Em 13 jogos, o atacante marcou apenas uma vez e ainda viu o time ser rebaixado para Série C.
Aos longos dos mais de 400 jogos na carreira, Zé marcou mais de 150 gols. Ele pendurou as chuteiras em 2015, no Atlético Barra da Tijuca-RJ. Em 2021, o ex-atleta teve uma breve passagem como treinador no Fluminense de Feira de Santana-BA. Mas viu logo cedo que não nasceu para ser treinador.
— Eu dei sequência em um curso, daqui um ano sou fisioterapeuta. Tenho a licença B da CBF, Tive uma experiência muito legal no Fluminense de Feira e nas categorias de base do Retrô, mas vi que não era a minha área. A vida toda viajei e deixei muita coisa para trás, agora quero curtir mais a família, aproveitar mais. É um momento mais de tranquilidade, tenho uma empresa de esportes cadastrada na CBF, onde gerenciamos a carreira de jovens atletas.