O time sub-17 do Juventude está novamente em uma final do Campeonato Gaúcho. A equipe irá disputar o título diante do Gramadense. A primeira partida será no próximo domingo (25), às 15h, no Estádio Vila Olímpica. A grande decisão está marcada para 1º de outubro, no mesmo horário, no Estádio Alfredo Jaconi. Há cinco anos o time alviverde não chegava na final da categoria e o último título foi em 2011.
Para garantir vaga na final do Gauchão, a garotada do Ju precisou eliminar o Inter. Após um empate em 1 a 1, em Caxias do Sul, o time alviverde empatou novamente pelo mesmo placar. Na decisão por pênaltis, os jovens do time da Serra não erraram nenhuma cobrança. Já o Inter perdeu uma. A decisão também é especial para o treinador da categoria. Com apenas 30 anos, Filipe Führer já sabe como é lidar com a cobrança, inerente no futebol, independente da categoria.
— Quando tu representas uma equipe como o Juventude, a cobrança é automática. Cinco anos depois voltar a uma final é um momento especial para a categoria e essa geração de novos jogadores que está vindo. É importante para nós e para o clube. Vamos ver se conseguimos trazer o título — comentou o treinador em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
DA NGLATERRA AO PEDIDO DE DEMISSÃO NO FLAMENGO
Aos 18 anos, Filipe Führer começou no futebol. Entretanto, o desejo de estar em campo era antigo. Ele nunca sonhou em ser jogador e nem tinha esse desejo. Trabalhar em categorias de base não é novidade para o jovem treinador, que comandou o sub-10 do Cruzeiro de Cachoeirinha no inicio da carreira. Ele ainda foi preparador físico do Veranópolis antes de chegar ao sub-13 do Estádio Alfredo Jaconi, em 2018. O primeiro incentivo no futebol veio de um questionamento do pai de seu irmão. Rodrigão, ex-jogador do Inter, Palmeiras e Santos, perguntou se ele não tinha pensado em ser treinador.
— A vida de jogador exige muito sacrifício. Eu nunca tive a ambição de ser jogador. Mas convivi muito tempo dentro do futebol. O pai do meu irmão é ex-jogador de futebol profissional. Morei em algumas cidades por essa questão acompanhando a minha mãe. Sempre fui fascinado por entender o jogo. Conversando com pai do meu irmão, ele perguntou se eu nunca havia pensado em ser treinador. Eu nunca tinha pensado, isso com 14 anos. Mas sempre quis estar dentro do futebol. Aquilo me gerou uma faísca — revelou o Filipe Führer.
Antes de ser treinador, o profissional foi analista de desempenho da equipe sub-15 do Flamengo, em 2015, na geração que tinha Vinicius Júnior, Vitor Gabriel, Lincoln e Patrick. Para concretizar o sonho de ser técnico, ele tomou uma decisão ousada na Gávea.
— Pedi demissão do Flamengo para ser treinador. Me chamaram de maluco por deixar uma marca como o Flamengo. Gosto de pisar no campo, preparar a estratégia do jogo. A experiência como analista foi fundamental para identificar o adversário, montar estratégia e criar o plano de jogo. Não me arrependo e não volto, pois o que me move é ser treinador de futebol — declarou o treinador.
Não foi a primeira vez que Führer pediu demissão para cumprir suas metas na vida. Um ano antes, ele também deixou um antigo emprego para fazer os cursos de treinador da Uefa na Inglaterra. No país da monarquia, ele teve um período ímpar de aprendizado.
— Quando terminei minha graduação, pedi demissão de onde trabalhei e precisava ir para Europa fazer o curso. Tentei outros países, Portugal não me respondia e-mail. Espanha foi muito seco, não gostei do tratamento. A Inglaterra me recebeu muito bem em 2014. Não terminei todas as licenças, tive que voltar ao Brasil — contou.
PROMESSAS NO PROFISSIONAL
O profissional explica que a categoria sub-17 é diferente das demais, pois pega os atletas em um momento de transição para a maturidade profissional. Saber lidar com as oscilações é uma das atividades do jovem treinador. Do atual elenco profissional, dois novos jogadores passaram pelo sub-17, o atacante Ruan e o centroavante Weliton. Führer detalhas as características de cada atleta.
— Weliton é um jogador que dentro da base do Juventude é um dos melhores finalizadores. Tem um repertório de acabamento muito bom. É um finalizador nato. Não é apenas um centroavante de área. O Ruan é o jogador liso, imprevisível, de drible, onde o adversário não sabe o que ele vai fazer com a bola. Ele é o jogador que encanta pela imprevisibilidade. O casamento dos dois na base foi uma conexão importante — descreveu o treinador do Sub-17.
Ruan já entrou em três jogos do Juventude no Campeonato Brasileiro. A estreia foi durante o empate em 1 a 1 com o Avaí. O segundo jogo foi contra o Palmeiras, em São Paulo. A terceira partida foi contra o Fortaleza. Já Weliton também entrou na reta final do jogo contra o Avaí no Estádio Alfredo Jaconi.