O Juventude precisa vencer neste sábado (3). Não só para manter a esperança da quase impossível missão de evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas também para que o trabalho do técnico Umberto Louzer tenha continuidade no Estádio Alfredo Jaconi. A partir das 16h30min, contra o Avaí, o ambiente na casa alviverde deve ser de desconfiança. Da torcida para com o time, que deve ter uma série de mudanças em comparação com a equipe que foi goleada pelo Inter na segunda-feira passada (29), e de todos, incluindo muitos diretores alviverdes, em relação ao treinador atual da equipe.
É indiscutível que o trabalho de Umberto Louzer ainda não rendeu o esperado. Nem pela direção, nem pela torcida e tampouco pelo próprio treinador, que desde sua chegada não conseguiu dar um padrão de jogo, uma sequência de equipe e nem os resultados tão necessários para evitar a queda. A falta de continuidade de alguns jogadores e a alta rotação na formação, geram um desconforto. Para Louzer, a responsabilidade da sua função engloba saber administrar esse tipo de situação dentro do vestiário.
— São as consequências dentro do futebol, sempre irá existir. Nosso cargo é decisão diária, todo dia você tem que solucionar os conflitos. No futebol, você sai da sua casa com algumas coisas pré-determinadas, seu planejamento da semana e diário. Mas, quando chega no clube, tem que estar solucionando alguns conflitos. Sempre aparece algo novo. Cabe a nós ter essa maturidade, ter sabedoria para poder tomar as decisões, sempre com critério — afirmou o treinador alviverde, entendendo o comportamento dos jogadores, mas impondo suas decisões:
— Eu também fui atleta. O atleta olha somente para ele e às vezes não olha para o contexto em geral. Todo mundo quer jogar, mas a regra da Fifa só permite 11 e mais cinco que entram em campo. Não tem como agradar todo mundo e não tenho essa pretensão. Tenho a pretensão de ser justo, ser leal, ser transparente dentro daquilo que acreditamos que é o melhor para o clube, que é maior que todos nós.
Desde a chegada de Louzer, o Juventude teve em diversos momentos os adversários diretos se atrapalhando. Porém, a equipe alviverde não soube aproveitar as oportunidades recebidas e não fez sua parte. Em 11 partidas, foram seis derrotas, quatro empates e só uma vitória. Até por isso, o ambiente de instabilidade nos bastidores do Jaconi podem fazer com que um resultado que não seja de vitória ocasione a saída do comandante. O risco de deixar o clube nesse momento não é a maior inquietação do técnico.
— A preocupação com a demissão, confesso que não tenho. A partir do momento que tomei essa decisão de me tornar treinador de futebol, independente da cultura (do futebol) ou não, é uma possibilidade que que irá existir. Eu gosto de cumprir com meus contratos, quanto a isso não me preocupo. Me ocupo muito com aquilo que entendo que é preciso fazer para o Juventude vencer. É em cima disso que me agarro, são as minhas prioridades, fazer com que a equipe melhore a cada dia para que consigamos vencer. O único resultado que nos interessa é a vitória — concluiu Louzer.
Não vencer neste sábado pode ser o fim da linha definitivo do Juventude na Série A - mesmo que não matematicamente - e de Umberto Louzer no comando alviverde. É decisão no Jaconi e as consequências dessa partida podem refletir em todo o restante da temporada.