O Campeonato Brasileiro é um grande desafio para o Juventude buscar a permanência na elite do futebol nacional pelo segundo ano seguido. Para um jogador em especial é a oportunidade de voltar ao país de origem e uma readaptação ao estilo do jogo disputado na Série A. O lateral-direito Rodrigo Soares ficou seis temporadas atuando na Europa, duas na Grécia e quatro em Portugal.
No Campeonato Gaúcho, logo na primeira competição após o retorno, já assumiu o posto de titular por conta de uma lesão do Paulo Henrique. No Estadual, foram 10 jogos para uma readaptação. Os resultados ruins atrapalharam a evolução. Agora, no Brasileirão, a oportunidade de melhorar e realizar um sonho.
— Eu passei muitos anos fora, praticamente toda a minha carreira feita na Europa. Sempre tive esse sonho de jogar novamente no futebol brasileiro, porque é a minha casa. Eu já estava um pouco cansado lá, mas sabia que precisaria de uma readaptação, porque a mentalidade e a forma de jogar são diferentes. Eu praticamente tive que adaptar jogando. Tenho muito a melhor, mas isso vem com entrosamento e conhecendo o estilo de jogo — comentou Rodrigo Soares.
No Brasil, o lateral-direito jogou pelo Atibaia, Barretos, Santo André e Anápolis, de onde saiu em 2015. Do time goiano, foi para o Porto, passou em Portugal também por Chaves e Aves, até ser contratado pelo PAOK, da Grécia. Sete anos depois, retorna ao futebol brasileiro numa realidade diferente.
— Eu até me surpreendi. Achava que estava sendo uma coisa e, na verdade, o futebol brasileiro melhorou muito no quesito tático. Quando eu saí, o pessoal não preocupava muito taticamente e sim com o talento. Lá fora é muito diferente. Agora, percebi outro mentalidade aqui. É um sonho para mim jogar o Campeonato Brasileiro — analisou o lateral.
Uma das principais diferenças do futebol brasileiro para o europeu está na característica de jogo. Por exemplo, o lateral é mais ofensivo aqui. Lá, é uma posição mais tática ou com traços mais defensivos. No Juventude, o técnico Eduardo Baptista adota um estilo com os laterais como protagonistas nas ações da equipe.
— Quando saí do futebol brasileiro, eu era muito ofensivo. Porém, quando chegamos na Europa, temos um baque. Lá, eles querem laterais defensivos. Primeiramente defende, depois, se der, ataca. Aqui, se cobra que o lateral apoie. O professor Eduardo (Baptista) gosta de laterais que ataquem. Nos meus melhores anos na Europa, quando estive em Portugal e fui melhor lateral do Campeonato Português, foi sendo ofensivo — finalizou.