O Juventude começa nesta quarta-feira (2), em Rondônia, mais uma participação na Copa do Brasil. Se em outros anos a largada na competição remetia ao título conquistado em 1999, desta vez o torneio nacional serve também como um respiro em meio ao conturbado início de ano com o risco de rebaixamento no Campeonato Gaúcho.
A partir das 16h30min, contra o Porto Velho, no Estádio Aluízio Ferreira, na capital rondoniense, o técnico interino Eduardo Barros tenta colocar o Juventude na segunda fase da competição e, ao mesmo tempo, garantir confiança para as duas rodadas finais da fase de classificação do Estadual. Até por isso, nem mesmo a vantagem de jogar por um empate no Norte é cogitada pelo treinador.
— Não podemos jogar para empatar. Já temos exemplos nessa atual edição da Copa do Brasil que equipes conseguiram a classificação nos instantes finais das partidas contra as que poderiam jogar pelo empate. A mensagem, desde o início, é fazer um jogo em que estejamos no ímpeto de buscar vencer. Claro que temos a vantagem do empate e precisamos aprender a jogar com ela. Não vamos sair de forma descontrolada, desorganizada, mas a ideia do jogo, independentemente da vantagem, é buscar a vitória e usar essa atmosfera favorável para a sequência do Campeonato Gaúcho — afirmou Barros.
Além do Porto Velho, do clima quente amazônico e do gramado em más condições no Aluízio Ferreira, o Juventude também terá que superar a grande lista de desfalques. Titulares no Ca-Ju do sábado passado (26), o goleiro César, o zagueiro Paulo Miranda, o volante Jadson e o atacante Guilherme Parede testaram positivo para a covid-19 e não viajaram. Mauro Zárate apresentou desconforto muscular na coxa e também está de fora da partida.
Essa quantidade de problemas obriga Barros não só a mudar os nomes, mas também a formação da equipe para o jogo único em Rondônia.
— Primeiro passo foi identificar os jogadores que tínhamos à disposição e, a partir disso, montar o melhor esquema de jogo considerando as características desses jogadores e aquilo que conseguimos estudar do Porto Velho — admitiu o interino.
RIVAL DESCONHECIDO
Se o Juventude já teve nove rodadas do Gauchão para ser observado, o rival é bem desconhecido. O Campeonato Rondoniense começaria no fim de semana passado, mas o Porto Velho não estreou por questões de logística. O adversário alviverde é uma grande incógnita.
Para não ser tão surpreendido assim, Eduardo Barros e a comissão técnica utilizaram uma estratégia muito parecida com algo que aconteceu recentemente no Gauchão. Barros explicou como driblou a falta de conhecimento do time da casa:
— Conhecemos, basicamente, a provável equipe titular e o seu treinador. Recentemente, enfrentamos o São José-PoA e não sabíamos exatamente que tipo de jogo a equipe iria propor devido a mudança de treinador e por isso estudamos o Paulo Baier, que recém havia assumido a equipe. Fizemos algo muito semelhante nesse contexto, estudamos as características dos jogadores que o Tiago (Batizoco, técnico do Porto Velho) tem à disposição, é um treinador que tem conquistado títulos recentes no estado, merece respeito e ser muito bem estudado, porque sabemos que será um duelo muito estratégico e difícil.
É um jogo que vale muito dinheiro aos cofres alviverdes, é verdade. Avançar de fase rende ao Papo R$ 1,19 milhão. Porém, em meio ao desafio de não viver o maior vexame da história com o rebaixamento no Gauchão, ganhar do Porto Velho será, também, um incentivo moral para que o caminho do Juventude volte a ser o das vitórias.