O Esportivo chegou nas oitavas de final do Campeonato Brasileiro da Série D com um poder de reação diante do Santo André-SP, fora de casa. Para o time que foi crescendo no decorrer da competição, chegar na terceira fase da Quarta Divisão não foi fácil.
Em Diadema, depois de perder em casa, o time do técnico Rogério Zimmermann conseguiu vencer no tempo normal devolvendo o 1 a 0, com gol de Batista, e foi efetivo nos pênaltis, fazendo o 5 a 4.
— Entendemos que fizemos um bom jogo (em Bento) contra o Santo André, criamos muitas chances, principalmente no primeiro tempo, e não fomos tão efetivos. Sabíamos que o jogo aqui (em São Paulo) seria diferente. Entendemos bem que teríamos que ter essa humildade de perceber que a estratégia teria que ser um pouco diferente. E acho que foi isso que aconteceu. O gol no final do primeiro tempo nos ajudou bastante a passar essa tranquilidade — avaliou Zimmermann, explicando que a paciência para chegar ao objetivo foi determinante:
— O principal é que a gente nunca cobrou dos atletas para tentar buscar uma vitória por diferença de dois gols. Ela poderia até acontecer, tivemos até chance. Mas a ideia primeiro era tirar a vantagem que o Santo André tinha.
Do time do que foi rebaixado no Gauchão, praticamente todo o grupo foi modificado. A construção da equipe para a Série D veio com o campeonato em andamento, com a chegada de vários reforços e o ritmo de jogo com a competição em andamento.
— Não é o ideal. Gostamos de ter tempo para trabalhar, de fazer as contratações e a montagem do grupo antes da estreia, conseguir fazer amistosos, que a primeira partida da competição seja a terceira ou quarta da equipe. Mas nem sempre trabalhamos no futebol com o ideal. Trabalhamos muito com a realidade. Nossa realidade foi assim. Felizmente, trabalhamos com grupo pequeno, mas que soube desde o início entender como seria a competição — avaliou o treinador.
Esse crescimento da estreia, no dia 6 de junho, com o empate por 0 a 0 com o Rio Branco-PR, fora de casa, até a vitória e classificação do sábado, contra o Santo André, também veio com evolução da forma como o time encarou os momentos da competição. Zimmermann entende que os atletas tiveram papel decisivo para essa evolução acontecer com sucesso nos resultados:
— Disputamos a primeira fase como se fosse mata-mata, se fossem jogos únicos, dando toda a atenção para a próxima partida. E os jogadores, principalmente no segundo turno, já com um número melhor de partidas, melhor entrosamento, vão ganhando confiança. Isso fez com que chegássemos em um bom momento no final dessa fase. Tanto que foram três vitórias nas últimas quatro partidas. Aí você chega nesse primeiro mata-mata com a confiança mais alta, com o entrosamento melhor e com o mental forte. E isso quer dizer, ter perdido a primeira partida em casa, mas perceber que tem condições de reverter essa situação. Foi o que aconteceu. Por isso a primeira coisa que eu fiz foi cumprimentar os atletas, porque a parte mais difícil é a deles.
Agora, o desafio do Esportivo será contra a Ferroviária. O primeiro jogo será em Bento Gonçalves e a volta em Araraquara-SP. Mesmo surpreendendo e mostrando crescimento, o comandante do Tivo não coloca como projeção chegar ou não ao acesso para a Série C.
— É uma competição muito dura. Já participei de acesso da D para a C e da C para a B, mas é o acesso mais difícil (o primeiro). Pelo número de equipes e pelos cruzamentos. Pegamos um grupo muito forte da região Sul, e passa essa fase e enfrenta uma equipe paulista. Daí consegue superar e enfrenta outra equipe paulista. É muito difícil. Hoje, sei que tivemos qualidade suficiente para passar para esse terceira fase. Mais do que isso, sinceramente, não saberia dizer — concluiu Zimmermann.