O Maracanã é um palco de ótimas lembranças para o Juventude. Foi lá que o Verdão superou o Botafogo e conquistou a Copa do Brasil de 1999, o maior título da história do clube. Porém, também no templo do futebol foi onde o Ju foi rebaixado para a Série B, em 2007, em confronto com o Fluminense, adversário desta quinta-feira (2), em jogo recuperado da 14º rodada do Campeonato Brasileiro.
Após a derrota por 4 a 1 para o Atlético-MG, na 36ª rodada, o Juventude chegou ao Maracanã precisando unicamente da vitória para se manter vivo na luta contra o rebaixamento na última rodada. Além disso, precisava secar Goiás e Corinthians, que se enfrentavam, e também o Paraná, rivais diretos contra o descenso.
Os resultados paralelos colaboraram, pois goianos e paulistas ficaram no empate, enquanto os curitibanos foram derrotados pelo Botafogo. Contudo, o Papo não se ajudou e também foi derrotado pelo Fluminense, que já não tinha mais nada a fazer no campeonato, pois título da Copa do Brasil tinha encaminhado sua vaga na Copa Libertadores da América do ano seguinte, quando viria a ser vice-campeão.
Chegando ao Rio de Janeiro sem contar com Fábio Baiano, Renato Cajá, Bruno, Barão, Camazzola, Tadeu, Alex Alves e Marcão, lesionados ou suspensos, o técnico Beto Almeida reuniu as forças com os atletas disponíveis. Mesmo assim, o Ju começou bem a partida e logo aos quatro minutos teve um gol de Lauro anulado. Na sequência, aos 15min, Tiago Cavalcanti colocou o Papo na frente em cobrança de pênalti.
— O Juventude foi para o jogo como franco-atirador, uma vez que era a última chance de evitar o rebaixamento. Mas o clima durante a semana de preparação era de uma missão impossível. Como na rodada anterior havia perdido para o Atlético-MG por goleada, o resultado foi um banho de água fria depois de uma sequência de duas vitórias — diz Rafael Tomé, jornalista que estava no Maracanã cobrindo a partida para a Rádio Caxias.
A escalação teve: Michel Alves; Nunes, Danilo e Régis; William, Júlio César, Lauro, Marcelo Costa (Marabá) e Cazumba (Romano); Maycon (Luciano) e Tiago Cavalcani
O banho gelado chegou apenas nos minutos finais, pois o Ju foi valente e brigou o jogo todo. Apesar de o empate do Flu ter saído ainda no primeiro tempo com Arouca, e a virada no início do segundo tempo, também com gol do volante, o jovem Romano conseguiu deixar tudo igual aos 35 minutos, dando condição do Verdão buscar a vitória na reta final do jogo. Entretanto, não foi possível, e aos 42 minutos, Thiago Neves cruzou para Cícero marcar o terceiro dos cariocas, fechando o placar em 3 a 2.
— O jogo e a derrota no Maracanã representaram o fim de uma era dourada do clube. Lembro que o clima entre os jogadores, comissão e direção ao final da partida era de decepção pelo resultado, mas de certa forma um desfecho esperado pela sequência de erros no campeonato — afirma Tomé, que atualmente atua como Social Media do Ju.
Durante o período de ausência do Juventude no Campeonato Brasileiro, as equipes não se enfrentaram por outras competições. Portanto, será o reencontro com o Fluminense após 14 anos. Em momentos similares iguais na tabela, com a mesma pontuação e apenas uma diferença de saldo de gols, pode ser a vez do Verdão dar o troco no Tricolor Carioca.
— Pela forma que o campeonato tem se desenrolado, a partida se transformou em jogo importante para a tabela de classificação, jogo de seis pontos. A possibilidade de manter uma distância do Z-4 e seguir na frente do Fluminense são ingrediente importantes nesse reencontro com o Maracanã e o time carioca — destaca o jornalista.
Até 2007, Juventude e Fluminense se enfrentaram 22 vezes por Brasileirão e Copa do Brasil. O retrospecto é favorável aos cariocas, que venceram em 11 oportunidades, com seis vitórias do Ju e cinco empates. Entre os êxitos do Verdão, está o histórico 6 a 0 em 1999, pela segunda fase da Copa do Brasil. Também com gols de Caíco e Enilton, o Ju venceu o Flu pela última vez no Rio de Janeiro em 27 de novembro de 2005.