O atacante Juliano estará ausente dos próximos jogos do Caxias na Série D do Campeonato Brasileiro. Um exame antidoping realizado ainda quando o jogador atuava pelo XV de Piracicaba, pela Série A2 do Paulistão, apresentou resultado positivo. Foi encontrada na urina do atleta a substância estimulante isometepteno, presente em remédios para dor de cabeça, como a Neosaldina, considerada proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês).
— Assim que acabou o Gauchão pelo São José, ele voltou para a sua residência em Nova Prata, consultou com um médico por conta de enxaqueca, e esse médico prescreveu uma medicação proibida na prática esportiva, que é a Neosaldina. Ela tem uma substância estimulante, mas que pode ser utilizada fora de competição. Naquele momento, ele não tinha contrato em vigência. Na sequência, foi contratado pelo XV de Piracicaba — disse Rafael Lessa, médico do Caxias.
O atleta apresentou resultado positivo, após o teste de doping realizado em jogo no dia 18 de maio, entre XV de Piracicaba e Oeste, que terminou 0 a 0. Esse confronto marcou a estreia de Juliano pelo clube paulista. O atacante foi notificado nesta semana e comunicou o Caxias, que por precaução não irá utilizá-lo nos próximos jogos até definir essa situação.
Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (2), Juliano apresentou também os documentos que comprovam que o médico prescreveu o uso da Neosaldina no dia 11 de maio e ele foi contratado pelo XV de Piracicaba quatro dias depois.
— O Juliano não foi punido ainda, e talvez não será, porque ele tem toda a documentação que prova que usou fora da competição. Como não temos acesso ao processo, que vai para o XV de Piracicaba e a Federação Paulista, e o Juliano está no período de resposta do controle de dopagem, e nós vamos manter ele afastado das competições oficiais, como prevenção do Caxias — afirmou o médico Rafael Lessa.
Segundo o médico Rafael Lessa, o Caxias não corre nenhum risco, porque o jogador foi notificado na segunda-feira (28). Juliano tem sete dias a partir da notificação para responder e o clube grená não tem uma previsão de quando ele poderá atuar novamente, até conhecer o conteúdo do processo.
— Temos certeza que não corremos risco pela data da notificação ao jogador do resultado do controle antidoping. A partir da notificação, nós não conhecemos o conteúdo do processo. Em conversa com os procuradores do Juliano, eles afirmaram que não teria motivo para mantê-lo afastado, mas duas situações valem neste momento: o Juliano precisa de cabeça para se defender. Segundo, a gente não viu o processo. O departamento médico em conjunto com o setor jurídico do clube, preferimos manter ele afastado até termos a garantia jurídica que o Caxias não seria prejudicado sabendo que ele foi notificado nesta semana. Essa experiência com o Juliano é nova para a gente e não sabemos quanto tempo dura o afastamento — finalizou o médico do Caxias.
O que diz o atacante Juliano
— Eu recebi com surpresa. Eu sou leigo para essa questão de medicamento. Eu vejo na TV todos os dias a propagada da Neosaldina, e até no momento que fui ao médico eu estava desempregado. Não tinha conhecimento o que poderia ou não tomar. Fui ao médico e ele me passou a medicação. Estamos trabalhando com os meus advogados para resolver o mais rápido possível. Estou pensando em me defender e ficar à disposição do Caxias o mais rápido possível.
O que diz Paulo Cesar Santos, presidente do Caxias
— Primeiramente, em conjunto com o Juliano, o departamento médico e jurídico, foram tomadas todas as providências para ter um entendimento de todo o processo. É um assunto bem pontual e novo para nós. Já foi orientado o Juliano. Agora, essa defesa será feita pelo Juliano junto com seus procuradores. Eles vão definir o melhor caminho. Nós demos as referências, agora cabe ao Juliano entender o melhor caminho. Vamos dar todo o suporte e apoio.