O Caxias tem duas semanas importantes. No próximo domingo (2) e no final de semana seguinte irá enfrentar o Grêmio, em duas partidas para definir uma vaga na decisão do Gauchão. No entanto, a saída do diretor de futebol Junior Guera abriu novamente algumas discussões no momento conturbado que vive o Grená nos bastidores. O técnico Rafael Lacerda afirmou não teve desgaste com o ex-dirigente e que ambos tinham pouco contato.
— É uma situação que não diz respeito a mim opinar. O Junior estava numa hierarquia acima de mim como diretor de futebol. É um cara que acompanhava alguns treinamentos e estava em algumas viagens. Assistia algumas palestras, não todas. Trocávamos algumas ideias. Nas últimas semanas não tivemos muito contato. É uma decisão, pelo que vi, em comum acordo. Eu não vou ter sequência no clube depois, estou focado na semifinal. Então, não me diz respeito essa questão — comentou Lacerda, que completou:
— A minha relação sendo treinador é mais direta com o gerente, que é o Ademir. O Junior e eu tivemos pouco contato. Às vezes, ia no treinamento, mas não tivemos convívio diário. Participamos de uma ou duas reuniões. E, sinceramente, não tivemos nenhum problema nas conversas.
Junior Guera queria a saída de Lacerda, após o anúncio do treinador na véspera do jogo contra o Pelotas. Mesmo assim, o técnico grená garante que o presidente Paulo Cesar Santos sabia da atitude de comunicar à imprensa que não ficaria para a Série D.
— Eu conversei com o Cesar, comuniquei ele. Foi consenso entre nós que seria bom a mudança. Na sexta, antes da entrevista, eu liguei para o presidente e ele disse que não tinha problema anunciar. A direção sabia. Se o Junior não sabia, não tenho que dizer. Não teve desgaste. Nunca teve uma discussão entre nós. Talvez, ele não concorde com a maneira que eu trabalhe ou com estilo de jogo, mas isso é uma questão dele. Nunca tivemos uma discussão — afirmou Lacerda.
A saída de Junior Guera fez novamente surgir a questão se a direção do Caxias realmente cobra o trabalho do técnico Rafael Lacerda. O treinador garante que sim.
— Sou muito cobrado pela diretoria. Temos várias reuniões com o presidente, vice, com o Ademir que cobra muito. O Junior a gente teve pouco contato. Ele estava afastado do futebol há um bom tempo e não viveu a nossa realidade. Ele era um diretor de futebol. O Ademir, que é o gerente, convive mais com a gente. Já teve várias conversas da diretoria com os jogadores e até presença dos membros do conselho, para ver que há cobrança — garantiu Lacerda.
Além do anúncio da saída de Lacerda após o Gauchão e o fato de Junior Guerra sair agora, o Caxias também teve a despedida do lateral Eduardo Diniz.
— A questão do Diniz foi término de contrato. O clube tem orçamento para a Série D. O Diniz também foi uma vontade dele, porque uma proposta maior. Quase o dobro. Quanto ao Junior é uma questão de hierarquia. Torcedor pode ficar tranquilo que o grupo está focado na decisão. Essas mudanças são normais no futebol. Eu vou falar algo, até em tom de brincadeira. Eles sentiram muito mais a saída do Diniz, do que a minha ou do Junior — finalizou.