Em meio à disputa do Campeonato Gaúcho e ao planejamento para o retorno à Série A do Brasileirão 14 anos depois, o Juventude também trabalha em duas frentes importantes nos bastidores: com o retorno aos treinamentos da equipe sub-20 e um projeto para criação de um time adulto e outro de base no futebol feminino.
A categoria sub-20 do Juventude se reapresentou para a temporada 2021 na semana passada seguindo protocolos rígidos contra a disseminação do coronavírus e na expectativa das competições. Após um ano sem campeonatos, o Estadual está marcado para começar no dia 2 de maio. Os clubes devem arcar com as despesas de testes da covid-19 e demais exigências sanitárias.
— Desde 2019, a direção entende que a base precisa caminhar próxima ao profissional. Fizemos um planejamento de retorno gradativo. Retornamos com os atletas que têm contrato profissional. Esses atletas estão treinando para chegarmos 100% no dia 2 de maio. Mesmo assim, conseguir atender o profissional que está viajando bastante. Às vezes, os não relacionados ficam e têm a oportunidade de treinar com o sub-20 em um nível de competitividade interessante — disse Lúcio Rodrigues, gerente das categorias de base do Juventude, que completou sobre o Gauchão da categoria:
— Tenho mantido contato com as equipes menores. Eles não estão voltando. Quem voltou foi o São José-PoA. No sub-20 Estadual, a Federação não vai arcar as despesas de protocolos e testes. É um investimento do clube para que os atletas com contrato profissional possam manter a preparação física e o foco. A direção entende que é fundamental esse retorno, porque temos o Estadual em maio e em junho pode ter o sub-23.
Outra movimentação do Juventude, além do sub-20, está em outra categoria. Desde 2019, todos os clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro precisam se enquadrar na obrigatoriedade de manter um time de futebol feminino — adulto e de base. Portanto, o Juventude necessariamente terá uma equipe principal feminina ou terá uma parceria com um clube que mantenha uma equipe do naipe.
Nós estamos nos movimentando com o futebol feminino. Nós temos que aguardar até o dia 28 de março agora, porque o Juventude pode ter a vaga na A-2.
Além disso, o clube precisa apresentar condições para o desenvolvimento adequado da equipe principal feminina, como, por exemplo, suporte técnico, seguro saúde, equipamentos e infraestrutura (campo para treinamento e local para disputa das partidas oficiais) e informar à CBF o orçamento anual destinado ao futebol feminino.
— Nós estamos nos movimentando com o futebol feminino. Temos que aguardar até o dia 28 de março agora, porque o Juventude pode ter a vaga na A-2. Acho pouco provável, mas tudo pode acontecer. Obrigatoriamente tem o Estadual e mais uma categoria, que vai ser a sub-18, porque a vaga da sub-18 no campeonato nacional é do Juventude e vamos ter que entrar — revelou Lúcio Rodrigues.
Nos bastidores, o Juventude trabalha com possibilidade de uma parceria para a equipe feminina ou então um time próprio. As duas alternativas são estudadas e avaliadas financeiramente.
— Estamos montando dois cenários para apresentarmos para a direção. Fazendo uma parceria ou tocando por nós mesmos. Claro, que todo mundo pensa que uma parceria é sempre bem-vinda, mas não podemos esquecer que numa parceria quem vai responder juridicamente é o Juventude, porque ele que detém a obrigatoriedade de ter o feminino em duas categorias. Nós estamos orçando os dois — analisou o dirigente.
Negociações na base
O Juventude tem nas suas categorias uma boa fonte de renda para futuros negócios. Recentemente, alguns atletas estão ou estiveram emprestados para clubes de Série A. Dois acabaram retornando: o volante Pará, que estava no Bahia, e o goleiro Ronald, que estava no Corinthians. Os dois integram a equipe sub-20 que retornou ao treinamentos na semana passada.
— O Pará, o Bahia não vai exercer a compra. O Ronald estava em outro modelo de negociação. Ele saiu muito cedo. No Corinthians, você se torna o número um da fila ou vai para 300. Você corre esse risco. O Juventude tem no DNA da formação. Por ser enxutos, você tem que errar poucos e ser cirúrgico e o Ronald era uma grande aposta nossa. Nós temos uma condição grande de formação de goleiros. O Nathan está no Palmeiras e outros tantos que passaram aqui. Hoje o Palmeiras está olhando outros goleiros nossos da base, mas nós não vamos soltar assim — comentou Lúcio Rodrigues.
Atualmente, alguns jogadores estão emprestados a grandes clubes, como o atacante Gabriel Aires no Flamengo, o meia Rafinha no São Paulo, o zagueiro João Pedro no Atlético-PR, entre outros. Todos esses nomes podem render algo para os cofres do Juventude.
— No planejamento estratégico, se pretende algum ativo no cenário nacional que é algo quer muito. O ruim que essa pandemia parece que não acaba muito e os clubes ficam protelando. Nós temos em torno de 16 atletas espalhados em algum tipo de negociação. Entre julho e dezembro, acreditamos que as opções de compras possam ser feitas —finalizou Lúcio Rodrigues.