A vitória sobre o Corinthians, na terça-feira à noite, por 83 a 77, fechou a participação do KTO/Caxias do Sul Basquete no primeiro turno do NBB. Apesar de ser apenas o terceiro triunfo em 15 partidas na competição, o resultado no Ginásio Wlamir Marques foi fundamental no processo de fortalecimento do time.
Com um elenco completamente novo e após duas temporadas ausente do campeonato nacional, o Caxias estreou na liga vencendo o Brasília. Só que depois acumulou jogos marcados por dificuldades defensivas e uma inconsistência na forma de atuar. Foram 11 derrotas seguidas, mesmo que na reta final de 2020 a equipe tenha realizado bons duelos diante dos favoritos Franca, São Paulo e Flamengo.
O ano mudou e o desempenho também. Na primeira bolha de 2021, os comandados de Rodrigo Barbosa bateram o Pato Basquete e acabaram com um longo jejum. Depois, em um grande duelo com o Mogi, tiveram a bola na mão para sacramentar outra vitória, mas acabaram derrotados na prorrogação. Por fim, veio o jogo contra o Timão e a confirmação de que o Caxias pode fazer mais no segundo turno.
— O time não tinha consistência. Era o que a gente estava buscando. O jogo contra o São Paulo foi bom, contra Franca também, Flamengo foi de igual para igual. Em vários jogos a gente teve bons momentos. Na virada do ano, mudamos algumas coisas na preparação — explica o técnico Rodrigo Barbosa, que diz ter sido necessário uma mudança até mesmo no planejamento diário dos treinamentos:
— O campeonato é muito equilibrado. E montamos um time com jogadores vindo de diferentes lugares, com características diferentes. É difícil fazer um entendimento. Além disso, por conta da pandemia, eles vieram de seis, sete meses sem jogos. Faltava uma sintonia, que conseguimos, com uma mudança mais dura, de cobrança, de produção. Eles assimilaram bem isso. Em São Paulo, fizemos três jogos e poderíamos ter saído com três vitórias.
A pandemia, como não poderia deixar de ser, também causou um desconforto ao grupo. Até agora, a equipe já realizou 17 baterias de testes para covid-19, sem nenhum resultado positivo. Porém, o que mais afeta os atletas é a rotina. Nesse primeiro turno, foram 42 dias confinados em hotéis. A adaptação e o entrosamento demoraram a chegar. Foi difícil, até pelo fato de não atuar diante do seu torcedor, de criar uma identidade. Porém, pelo que ficou demonstrado nesta última série de partidas, o Caxias Basquete encontrou um caminho de evolução.
O próximo desafio será diante do São Paulo, no dia 25 de janeiro. Na mesma bolha, outros dois rivais pesados pela frente: Bauru (27) e Paulistano (30)
— Vai ser uma volta importante, contra times que estão na ponta na tabela. Vai dar um parâmetro para ver até onde conseguiremos ir no campeonato. As coisas têm que ser de um crescimento. Agora vamos voltar a treinar nesta sexta-feira (15) até o dia 24. Isso vai nos dar uma condição boa de trabalho.