Adriana Steinmetz, 49 anos, é torcedora do Juventude. Fã de Flávio e Lauro, assistiu o primeiro jogo no Estádio em 1977. Costuma acompanhar os jogos na arquibancada abaixo dos camarotes com os filhos, Arthur e João Vitor, e com a colega de trabalho chamada Sandra. O amor pelo clube começou graças ao pai seu Ivan.
Leia Mais
CBF detalha tabela com mais cinco rodadas para o Juventude na Série B do Brasileiro
"Vai só nos motivar mais", diz vice de futebol do Juventude sobre comentários minimizando equipe
— O meu sentimento pelo Ju é de um coração que pulsa o grito e a alma, as palavras, as lágrimas são verdes, por influência do meu pai, o Seu Ivan. A cada situação com a sua filhinha, aprendendo a sentar, caminhar, andar de bicicleta, tudo dentro do Jaconi. Então, influência total do meu pai. E lembro muito da minha avó, a Dona Clara, dizendo para ele: "viu, tu incentivou ela, agora vai dar um chá para essa guria. Ela fica muito nervosa". E não sente perto de mim no Jaconi, porque quem assiste jogo sentado fica em casa no seu sofá, eu incomodo, conclamo a torcida. Quem está perto de mim não tem outra alternativa, grita e vibra comigo —lembra a torcedora
Ainda sobre o pai, seu Ivan, ela relembra histórias de infância e momentos que ficaram marcados para ela. Seu pai é morador até hoje das imediações do Estádio Alfredo Jaconi. Um sentimento próximo e de bastante tempo.
— O meu pai é morador da vida inteira. Ele nasceu nas imediações do Jaconi, na rua Guia Lopes e mora ali até hoje. Quando eu era muito pequena, os meus pais se separaram e o único intertimento do meu pai e que ele se apegou ainda mais, com a separação, era a questão do Juventude, de escutar no rádio, de assistir na tv, de ir no campo, e aí ficamos eu e o meu pai morando com os meus avós. Então, o meu pai ia no jogo e me levava junto. Ele escutava no rádio e eu escutava junto. Então, é por aí que eu falo a história do Jaconi e do meu pai: pela proximidade. Quando é para tomar um sol, andar de motoca, de bici. Todas essas coisas que os pais costumam fazer nos seus condomínios, nas praças próximas das suas casas, o meu pai fazia comigo dentro do Jaconi. Porque sempre morou ali e permanece.
Adriana já vivenciou grandes momentos como torcedora do Juventude. Em 1994, o time alviverde conquistava o título da Série B e o acesso para a elite do futebol brasileiro. Fato marcante e que está na memória da torcedora.
— Quando tantas vezes enfrentamos os catarinenses, com tanta garra, e os nordestinos, com aqueles baixinhos que corriam muito e encaravam, desafiavam os torcedores. A gente ali na arquibancada e comprando as brigas com eles. A cada degrau, a cada desafio, o Jaconi enchendo mais e a cidade mobilizada. Acho que aí também nos levou ao Campeonato Gaúcho, a Copa do Brasil, aí a cidade pulsou. Nem mesmo os grenás conseguiam torcer contra a gente —comentou Adriana.
Os jogos ainda continuam sem a presença do torcedor. Os apaixonados pelo clube do coração estão afastados do lugar que eles mais amam estar, as arquibancadas. Adriana sente saudade dessa presença, mas entende ser importante esse distanciamento no meio a pandemia.
— Os jogos sem torcida são estranhos. Acho que para nós, jaconeros, e para todas as torcidas. É um sentimento muito estranho. O futebol não é o mesmo, mas nada em tempos de pandemia é a mesma coisa. Então, vamos nos acostumando com essa nova rotina. Eu acho que vamos acreditando que as coisas vão melhorar e antes do futebol, acho que temos uma questão que é sanitária, que é de saúde. Então, precisamos nos cuidar.
PERFIL DE TORCEDORA
Nome completo: Adriana Steinmetz
Idade: 49 anos
Um Jogo marcante do Juventude: Juventude 2x1 Goiás. Jogo do título da Série B, em 1994
Um ídolo do Juventude: dois, o Flávio pela liderança e o Lauro pela identidade de clube e de cidade
Um gol do Juventude: Gol de Flávio, recebendo do Lauro, contra o Inter, no ângulo. Jogo disputado em 1998.
Qual o primeiro jogo no estádio? A derrota do Juventude para o Grêmio, em 1977. Eu fui assistir o treino, os pais de uma colega de escola moravam no Jaconi, lembro do varal do uniforme ao lado do campo e do Seu Reche sendo chamado pra acender os refletores.
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Na arquibancada abaixo dos camarotes.
Costuma assistir os jogos com quem? Assisto com os filhos, Arthur e João Vitor, e com a colega de trabalho Sandra.
Ouça o Especial do programa Show dos Esportes