O Gauchão será retomado na próxima semana e, depois de muitos dias com foco em trabalhos físicos, a atenção dos times que disputam o Estadual se concentra na parte técnica e tática.
Por isso, vamos trazer os pensamentos dos técnicos dos times serranos que estão na elite do futebol gaúcho. Como forma de aquecimento para o retorno da edição local do Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha Serra, vamos fazer essa conversa no formato de um dos quadros de mais sucesso do programa: em três perguntas.
Para abrir essa série, conversamos com Carlos Moraes, técnico do Esportivo, de Bento Gonçalves. O alviazul tem três jogos pela frente para tentar garantir uma vaga na Série D e buscar o título do interior, o que o levará também para a Copa do Brasil em 2021.
Pioneiro: Como é treinar taticamente um time para a reestreia com cerca de uma semana de treino coletivo?
Carlos Moraes: Na verdade, o tempo é curto. Durante a fase da pandemia trabalhamos em vídeo-treino. Mais para trabalhar a questão individual, mas não é a mesma coisa. O que nos ajuda bastante é o fato de já conhecermos o grupo. Vários processos a gente consegue passar e já acelerar em função da competição que começa daqui a pouco. Vamos conseguir trabalhar aquilo que já tínhamos de base lá atrás. A vantagem é conhecer individualmente os jogadores e eles saberem a forma de trabalho, aquilo que se propõe na parte tática e a todo o modelo de jogo. Até as variações que temos feito durante a competição e que vínhamos fazendo. Conhecer o elenco, saber da característica de cada um e, dentro disso, montar nossa estratégia para o primeiro jogo.
Pio: Quando você chegou ao clube, o Esportivo estava na Divisão de Acesso. Agora, são três jogos para garantir um calendário nacional e de ano inteiro. Cria um sentimento diferente?
CM: Essa é uma grande expectativa que a gente vive no clube. Justamente por isso houve um grande esforço da direção para que se pudesse manter todo o elenco durante a parada. Com a intenção e a expectativa que se retomasse a competição e que nós pudéssemos, dentro de campo, buscar não só a Série D, que é uma grande expectativa, mas também a Copa do Brasil e o campeonato do Interior. São três situações que a gente busca. Sabemos que temos alguns concorrentes. É um clube inteiro focado para que, no ano que vem, consiga ter um calendário cheio, que faz com que a instituição dê um passo importante para se tornar maior. Por isso, nosso objetivo é conquistar uma vaga em competição nacional.
Pio: Como acredita que será a qualidade técnica neste retorno?
CM: Todo mundo perdeu um pouco ou bastante. Uns mais, outros menos, dentro das suas estruturas e das condições de treinamento que cada clube tem. Acredito que será uma competição completamente diferente do que vinha sendo até então. Questão técnica se perde bastante, é muito tempo parado, mais de 100 dias. Vai o entrosamento e o ritmo de jogo também. Vão ser jogos diferentes do que vinham sendo. Questões de preparação física também ficam prejudicadas neste momento, intensidade e até mesmo em qualidade de jogo. Vamos ter que ter muita competitividade para fazer esses jogos. A grande preocupação, não só do Esportivo, mas acredito que de todos, são as questões de lesões que podem ocorrer durante a competição. Nosso grupo não é muito grande. Mas temos que trabalhar de acordo com o que se apresenta no mundo hoje. Vamos tentar fazer o melhor possível dentro desse pouco tempo que temos.