O clássico Ca-Ju disputado no dia 8 de março de 2003, pela 5ª rodada do Campeonato Gaúcho, entrou para a história. Um confronto com muito gols e com enorme importância. A vitória por 5 a 3 levou o Juventude antecipadamente às semifinais do Gauchão daquele ano e o jogo foi classificado, na épóca, como o maior Ca-Ju de todos os tempos. Além dos oito gols, foi uma partida repleta de alternativas, com emoção, expusões e viradas.
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O Caxias manteve leve superioridade e conseguiu reverter a desvantagem inicial de 1 a 0. Isso deu a sensação de vitória encaminhada. No entanto, o que definiu o clássico foi a reação espetacular do Juventude, de maneira heróica, com um jogador a menos.
Wederson colocou o Juventude em vantagem em cobrança de falta, mas Matteus empatou de cabeça para o Caxias. O clássico parecia ganhar contornos grenás no segundo tempo. Aos 12, Paulo César marcou de pênalti e colocou o Caxias na frente. Dois minutos depois, o lateral-esquerdo Wederson foi expulso ao parar, com falta, um contra-ataque de Helinho. Assim, o Caxias vencia por 2 a 1 e tinha um jogador a mais.
Com 10 atletas em campo, o Juventude fez o que poucos imaginavam e construiu a virada, com dois gols de cabeça, de Rafael, aos 19, e Michel aos 21: Caxias 2x3 Juventude. Em desvantagem, o Caxias recorreu ao atacante Kena. Aos 23, um minuto após entrar em campo, ele empatou o duelo. No entanto, aos 27, foi expulso ao pisar em um adversário.
O Juventude aproveitou a igualdade numérica e um minuto depois da expulsão de Kena marcou. Michel avançou pela direita e lançou Rafael, que dominou na área, virou e finaluzou. O Caxias desabou ali. O golpe final aconteceu 10 minutos depois, quando Sadi tentou sair jogando. Michel desarmou o goleiro e selou o resultado histórico. Caxias 3x5 Juventude. Mais um jogo para a história. Um clássico marcante.
Heroi do Ca-Ju
O atacante Michel comandou o Juventude na vitória mais empolgante de 2003. Marcou dois gols, deu o passe para outros dois, e dividiu com o meia Rafael a maioria dos troféus dados pelas emissoras de rádio que transmitiram o jogo.
- Meu história em clássico é muito intensa. Foram seis clássicos disputados, para felicidade minha e da equipe, eu tive o prazer de nunca ter pedido. Foram cinco gols e todos foram importantes, mas esse foi totalmente diferente, por ser um clássico dentro do Estádio Centenário e a gente fazer uma grande campanha. Foi um dos maiores jogos que eu fiz pelo Juventude - disse Michel, ex-jogador do Juventude.
Ficha Técnica
Caxias 3x5 Juventude
Data: 08/03/2003
Local: Estádio Centenário, em Caxias do Sul
Caxias
Sadi; Claudio (Fininho), Jairo Santos, Paulo César e Ítalo; Henrique (Giovani), Matteus, Richard e Janílson; Helinho (Kena) e Lê. Técnico: Ricardo Drubscky
Juventude
Tiago; Mineiro, Neto, Renato e Wederson; Evandro (Fernando), Dionattan, Marcelo e Michel; Gustavo (Dante) e Geufer (Rafael). Técnico: Cristóvão Borges
Árbitro: Vinícius Costa, com Marcos Ibanhez e José Silveira.
Expulsões: Kena (C) e Wederson (J).
Amarelos: Claudio, Fininho, Richard, Helinho, Lê (C); Mineiro, Evandro e Dante (J)