Que a situação na tabela do Gauchão não é condizente com o tamanho do Juventude, já se sabe. Que o time comandado pelo técnico Marquinhos Santos não tem feito grandes atuações nem no Estadual e nem na Copa do Brasil, também é de conhecimento público. Por questões como essas que a terça-feira no CT alviverde foi de muita cobrança.
Após o aquecimento inicial do grupo de jogadores, veio a conversa. E demorou. Foram cerca de 40 minutos de falas de Marquinhos e do diretor executivo de futebol do Papo, Ari Barros, com os atletas. Faltando cinco rodadas para o término da fase de classificação do segundo turno, a intenção dos responsáveis pelo futebol alviverde é transformar o ponto a frente da zona de rebaixamento em uma possibilidade de classificação à semifinal da Taça Francisco Novelletto Neto.
— A cobrança faz parte do futebol. Seja ela quando está ganhando e muitas vezes temos que manter o equilíbrio para poder dar uma sequência. E quando não se está ganhando, principalmente no campeonato estadual, essa cobrança é visível e tem que ser colocada perante todos. Foi uma conversa. Nossos atletas, em nenhum momento, faltaram com o empenho, entrega, correr e dar a vida. Só que nós começamos a pesar oito jogos e apenas uma vitória. Chegamos em uma situação em que temos que rever o que estamos fazendo certo e errado, e colocar em prática aquilo que fizemos nos treinamentos — afirmou Ari Barros, argumentando que não há mais espaço para pretextos:
— Os treinos são bem produtivos, que nos deixam animados, e muitas das vezes colocamos essa situação (da falta de vitórias) colocando desculpas. Em Coruripe foi o campo ruim, o horário do jogo. Contra o Grêmio, nós não estamos cobrando porque perdeu. Mas daí o árbitro irrita nossos jogadores e faz com que a gente perca o equilíbrio emocional. E quando o atleta perde o equilíbrio emocional, ele perde toda concentração e não consegue desenvolver aquilo que está designado a fazer.
No sábado (7), o desafio é o contra o São José-PoA. Contra o Zequinha, o time de Marquinhos Santos tenta o primeiro gol jogando no Estádio Alfredo Jaconi em 2020 — e, consequentemente, a primeira vitória. Apesar da cobrança, os comandantes do futebol alviverde dão sustentação à equipe, na espera de que o time volte a fazer o torcedor sorrir.
— Conversamos sobre isso. Falamos que eles têm todo nosso apoio. Vamos para um grande jogo sábado, onde vamos para um Estadual onde vamos pensar partida a partida. Esse contra o São José é jogo único, vamos colocar como uma final. Temos que fazer o melhor para dar alegria ao torcedor. Ele vai a campo para ver sua equipe jogar com alegria, fazer gols. E essa alegria que tínhamos no ano passado com resultado e gols, tenho certeza que voltará a brilhar — afirmou Barros.
Vencer o São José passou a ser obsessão para o Juventude. Por isso da conversa com o grupo de atletas. Um pacto entre grupo e os dirigentes do futebol na busca de um melhor desempenho na temporada. Com o resto da semana para trabalhar pensando no confronto de sábado, só há um pensamento no Jaconi.
— Não vou dizer pacto. Os jogadores têm se cobrado bastante nisso, que falta um algo a mais. E esse algo a mais vai sair nesse jogo (contra o São José). Poderia ser qualquer outro adversário. Mas chegou a hora da gente dar uma resposta. Principalmente para o nosso torcedor, que está com o anseio de ver uma grande vitória esse ano no seu estádio. Tenho certeza que esse empenho e essa dedicação em busca dessa vitória será do primeiro ao último minuto da partida — concluiu o dirigente.