A mãe do adolescente que sofreu injúria racial na noite de terça-feira (26), durante a partida da final do citadino de futsal de Caxias sub-13, afirma ter ficado impotente com a cena que presenciou no Ginásio Poliesportivo da UCS, em Caxias do Sul.
Como ela e os demais torcedores da equipe do América, do bairro Rio Branco, estavam no outro lado da quadra, eles não ouviram os xingamentos feitos por uma torcedora do Caxias/UCS. Eles só ficaram sabendo o que, de fato, estava ocorrendo quando o árbitro comunicou a família. Uma situação inesperada, ainda mais em se tratando de um jogo entre menores.
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— É um fato lamentável que esteja acontecendo. A gente vê ocorrer com adultos, e, com crianças, então, é pior ainda. Como mãe me senti impotente naquela hora, por não poder fazer nada pelo meu filho. Era uma pessoa estranha, que deveria estar ali para apoiar o time dela. Nenhuma das duas torcidas estava se criticando e, de repente, o juiz tem que parar o jogo e avisar aos pais que aquilo estava acontecendo — contou a mãe.
O fato também serve para reafirmar a importância da luta contra o racismo. Ainda mais levando em conta que estamos na Semana da Consciência Negra. Segundo a mãe do jovem, ele está sendo educado desde pequeno para lutar contra essas situações:
— Como eu disse para o meu filho, a luta ainda é pequena. Ele está crescendo com a gente do lado, instruindo, e ele amando a cor da pele dele, o cabelo, o que é mais importante. Ele tem que se empoderar sempre, não podemos deixar alguém querer ser mais — ressaltou.
As duas equipes voltam a se enfrentar na noite desta quinta-feira (28), e um ato de conscientização contra o racismo está programado para antes da partida. A acusada do ato, inclusive, está proibida de assistir aos jogos na UCS.