CORREÇÃO: o nome do empresário caxiense que patrocinará o policial militar é Alexandre Zanella, e não Anderson Zanella. A informação incorreta permaneceu publicada entre 16h22min de quarta-feira (18) e 10h40min de quinta-feira (19).
Se em outras quatro oportunidades Rafael Vargas Corrêa, policial militar, teve que desistir de participar do Campeonato Mundial de Triatlo, dessa vez a história pode ser diferente. O grande empecilho sempre foi a questão financeira. Agora, o que falta é unicamente a vaga.
Neste domingo, dia 22, no Rio de Janeiro, quando Corrêa iniciar a disputa de uma nova eliminatória do Ironman Brasil, ele saberá que, em caso de classificação para o principal evento da modalidade, a ida à Nova Zelândia em 2020 estará assegurada.
O desvio de rota nesta história chegou através de uma publicação nas redes sociais sobre falta de financiamento para as viagens, somada ao interesse do empresário caxiense Alexandre Zanella, dono de uma academia, em patrociná-lo.
– Já ajudamos grupo de corrida, time de basquete, equipe de jiu-jitsu, e entendemos que não há um efetivo retorno, mas acreditamos na importância de projetos sociais e a história do Rafael mexeu com a gente – conta Zanella.
Animado com a garantia de apoio, Vargas aumentou a carga de treinamentos nas últimas semanas que antecederam a prova e está determinado a obter mais uma classificação.
– O apoio chegou em excelente hora. Estou mais motivado e aumentei a carga de treinamentos. Acumulei experiências de outras provas e estou conseguindo melhorar meu tempo. A perspectiva para chegar à final do Mundial, através da prova do Rio de Janeiro, é grande – diz Vargas.
Na seletiva, serão 1.300 competidores representando 26 países de quatro continentes, divididos pelas categorias elite e faixa etária. Todos estarão em busca das 40 vagas no Ironman 70.3 World Championship 2020. A prova será disputada na praia do Pontal, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Serão 1,9 quilômetros de natação, 90 quilômetros de ciclismo e 21 quilômetros de corrida. Nenhuma novidade para Rafael, que já obteve bons desempenhos em provas semelhantes, em Florianópolis e Buenos Aires, na Argentina.
– Antes eu não tinha a noção do quanto eu estava preparado. A gente treina tanto que uma hora os nossos ídolos são nossos adversários. As nossas referências são do pessoal que chega na frente e têm um tempo muito melhor – destaca o atleta.
ROTINA PUXADA
Além da rotina de policial militar, Rafael Vargas realiza treinamentos nos sete dias da semana. Ainda que a competição de natação seja no mar, o atleta treina em piscina. A experiência nos últimos anos como guarda-vidas no litoral norte compensa na experiência. Os treinos de corrida e ciclismo são feitos na Avenida Arthur Perottoni, no bairro Forqueta. Uma via de asfalto e com trânsito de caminhões, porém bastante utilizada por atletas.
Todas essas atividades são programadas pela assessoria especializada do treinador Bruno Berguer, de Porto Alegre, que vê Vargas como um exemplo de determinação e disciplina:
– Planejo o treinamento dele há três anos e, mesmo com uma rotina de trabalho muito desgastante, chega a completar 20 horas de treinos semanais. São sete dias de treinos por semana, com mais de uma sessão em pelo menos quatro deles. No esporte, nada ocorre por acaso, e a conquista é construída diariamente. Acredito que ele tem todas as condições de classificação – projeta Berguer.
Rafael Vargas viaja para o Rio de Janeiro hoje. Amanhã e no sábado, fará treinamentos leves – o chamado descanso ativo – no local da prova, para adaptação ao ambiente. No domingo, nas ondas do Oceano Atlântico, a trajetória rumo ao Mundial começa bem cedo, a partir das 6h45min.