Um grande jogador também passa por dificuldades no começo de carreira. Com Alex Telles, atualmente lateral-esquerdo do Porto, não foi diferente. O jogador caxiense, pretendido por grandes clubes da Europa, teve seus momentos de até pensar em largar o futebol.
As poucas oportunidades durante uma fase das categorias de base do Juventude quase interromperam a trajetória vitoriosa de Alex Telles.
— Eu pensei, muitas vezes, até em desistir na época. Tinha momentos em que eu não estava me encontrando e jogando bem. Isso é normal e passa na cabeça de um adolescente — afirmou o lateral-esquerdo em entrevista ao programa Show dos Esportes na Rádio Gaúcha Serra 102.7 FM.
Entretanto, um treinador foi marcante na trajetória de Alex Telles ainda na categoria juvenil do Juventude. Carlos Moraes, técnico do do Esportivo que conquistou o acesso à primeira divisão do futebol gaúcho, chegou ao clube alviverde e apostou no lateral que estava sem confiança e sem atuar.
— Tenho uma passagem que definiu o futuro dele como atleta. Em 2009, quando cheguei ao Juventude para treinar a categoria juvenil, ele estava no grupo, mas sem oportunidades de jogar. Tinha um movimento para ele não seguir no clube e procurar outro jogador para a posição. Eu detectei que ele tinha qualidade e faltava confiança — afirmou o treinador.
A partir da observação sobre a capacidade técnica de Alex Telles e também o estado anímico do atleta, Moraes acreditou no jogador. Com isso, conversou com o lateral-esquerdo e determinou um prazo para ele se adaptar e agarrar a oportunidade.
— Resolvi dar uma oportunidade de cinco jogos no campeonato para ele mostrar a sua capacidade. Ficamos 30 partidas invictos com ele jogando e eu acredito que isso fez o clube acreditar nele e fazer o contrato para continuar — revelou Moraes.
Antes de Carlos Moraes chegar ao Juventude, Telles pouco atuava na equipe. Inclusive, sem ser relacionado para os jogos da sua categoria, o lateral-esquerdo era gandula.
— O Carlos Moraes foi um cara que apostou no meu potencial. Era um momento que eu vinha do infantil e infanto sem jogar praticamente. Lembro de jogos em que eu ficava de gandula na minha própria categoria. Isso serviu muito de aprendizado para formar minha personalidade. Esses cinco jogos que o Carlos me deu, acho que aproveitei muito bem. E 2009 foi o ano que me alavancou para depois chegar no profissional — lembrou o jogador.