No princípio, era o caos. Daí nasceu a vida, e com ela, a arte. Segundo a mitologia grega, Caos foi o primeiro deus a surgir no universo, portanto a mais velha das formas de consciência divina. Khaínô, significa "separar", "ser amplo", e dá nome ao grande vazio do início dos tempos.
É justamente essa ideia de criação a partir do caótico que marca a exposição Kháos, que abre amanhã, no Zero54.
As telas de arte têxtil foram criadas pelas artistas Hellen Schumacher Magnani e Carmen Netto. De acordo com Hellen, a exposição é composta de 28 obras secundárias, 14 de cada artista, e uma grande obra principal, criada em conjunto pelas duas:
– Com a ideia de criar a partir do caos, começamos um processo em que eu fazia a minha criação, e a Carmen fazia a dela. Depois ela me dava a dela e eu criava em cima, e eu cedia a minha para ela, e ela criava em cima. Com isso, criamos uma peça única, com dois metros de altura e totalmente ressignificada.
Além da obra principal, as outras peças foram criadas a partir de releituras da primeira, evoluindo nas mãos de cada artista, mas eternamente presas a um ponto primordial. Com essa subjetividade, elas criam um universo múltiplo, aproximando-se metaforicamente de uma ideia de criação quase divina, ao tempo em que cada obra torna-se única e complexa mas sempre, e inacabadamente, vinda da mesma coisa.
– Todas as nossas obras têm algo em comum, um pequeno ponto vermelho. Esse ponto é o que permanece em todas elas, é a continuidade de todas as coisas. Ele representa aquilo que é permanente – explica.
Agende-se
O quê: exposição Kháos, por Hellen Schumacher Magnani e Carmen Netto.
Onde: no Zero54 (Augusto Pestana, 154).
Quando: abertura nesta quarta, às 19h. A exposição segue até 30 de junho.
Quanto: entrada gratuita.