A maioria dos jogadores, membros e dirigentes da comissão técnica da Chapecoense – vítimas do desastre aéreo que vitimou 71 pessoas na Colômbia – deve ser velada na Arena Condá, em Chapecó. Essa é a expectativa da assessoria do clube, que organiza a celebração ecumênica com apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Militar Rodoviária e Guarda Municipal. Até quinta-feira, 1º de dezembro, a diretoria do time espera ter o número exato dos corpos que serão velados em conjunto no estádio, mas o órgão já sabe que todos devem pelo menos passar pela cidade.
Neste momento, o clube está pegando as autorizações com os familiares da vítima interessados em participar da cerimônia. A organização espera que cerca de 60 vítimas sejam encaminhadas ao estádio e que cerca de 100 mil pessoas prestem homenagens.
– Nosso desejo é que se faça aqui um velório coletivo. Terá (sic) casos específicos de algumas pessoas que serão encaminhadas para outras regiões. Mas eles devem permanecer um pouco aqui para que torcedores e moradores possam se despedir. Depois disso, eles serão liberados para essa possível transferência para onde as famílias determinarem – esclareceu em coletiva de imprensa o vice-presidente da Chapecoense Gelson Dalla Costa.
A expectativa é de que os primeiros corpos das vítimas cheguem a cidade do Oeste catarinense às 18h de sexta-feira, conforme informou à Globo News o presidente da Cruz Vermelha de Chapecó, Oneide de Paula. Até sábado, 3, todas as vítimas devem estar no Brasil. O velório, portanto, tem previsão para acontecer ao longo do fim de semana.
– Mais de 200 voluntários estão inscritos para ajudar, sendo que de 80 a 100 ficarão nas arquibancadas. Haverá um revezamento entre eles – explicou de Paula à emissora da TV Globo.
O clube, no entanto, prefere não arriscar datas específicas para chegada dos corpos e início da celebração. Além disso, conforme a assessoria do time, o velório coletivo não é restrito aos atletas. Todos os envolvidos na tragédia, inclusive jornalistas, podem participar da cerimônia, se for do interesse de familiares.
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Montagem
A estrutura para velar os corpos já está sendo montada na Arena Condá. As traves dos gol, por exemplo, foram afastadas para dar espaço às estruturas metálicas. Mesa e cadeira que serão utilizadas na celebração também já estão sendo posicionadas. Além disso, a organização já planeja a instalação de uma cobertura em caso de mau tempo.
Uma simulação aconteceu às 14h desta quarta-feira, ao mesmo tempo que equipes de segurança do Estado e da prefeitura inspecionaram o estádio. Nesse treino, o trajeto de transporte dos corpos, que sai do aeroporto, passa pelas ruas General Osório, Uruguai, Borges de Medeiros e entra no estádio pelo portão 14, levou cerca de 45 minutos para ser percorrido. O time acredita que, no dia, esse processo possa tardar um pouco mais e orienta para que essas vias sejam evitadas. De qualquer forma, o clube tem 10h para realizar o processo completo, contados desde a liberação no aeroporto de origem.
No percurso, serão usadas três carretas – cedidas por moradores da cidade – e dois caminhões dos Bombeiros. Esses últimos devem abrir e fechar o cortejo e, portanto, não servirão de transporte das vítimas. O trajeto será monitorado por batedores da PM, PRF e Guardas Municipal.
Depois do velório, os corpos devem ser encaminhados às cidades onde serão enterrados. O clube também prestará suporte nesse processo.