O judoca egípcio Islam El Shehaby causou uma grande polêmica na categoria acima de 100kg na Olimpíada ao se recusar a cumprimentar o israelense Or Sasson, que acabara de derrotá-lo por ippon.
Depois da luta, Sasson se aproximou de El Shehaby e estendeu a mão, mas o egípcio se afastou.
Uma sonora vaia foi ouvida nas arquibancadas da Arena Carioca 2, mas El Shehaby não se importou e sequer fez a tradicional saudação japonesa ao deixar o tatame.
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Ele foi chamado de volta para fazê-lo e se contentou com um movimento discreto.
O sorteio tinha proporcionado justamente um duelo entre representes das duas nações-chave do conflito no Oriente Médio logo na estreia da categoria dos pesos pesado.
– No passado, uma luta entre esses dois atletas talvez sequer teria acontecido. Já é um grande avanço que países árabes participem da competição contra Israel – afirmou Nicolas Messner, porta-voz da Federação Internacional de Judô.– Não há obrigação apertar as mãos ao final da luta, mas a saudação é obrigatória, por isso ele foi chamado de volta. Sua atitude será reavaliada depois dos Jogos para decidir se uma medida será tomada no futuro – completou.
O presidente do Comitê Olímpico do Egito, Hesham Hatab., explicou à AFP que a orientação era respeitar o espírito esportivo:
– O que ele fez foi um comportamento pessoal. Reiteramos várias vezes que ele tinha que respeitar o espírito esportivo, não violar as regras e não se submeter a pressões.
Medalhista de bronze no Mundial de Tóquio 2010, El Shehaby, de 34 anos, sofreu pressão em redes sociais da parte de grupos islamistas para desistir da luta.
– Esse clima antes da luta afetaram o desempenho do atleta. As pressões da parte da mídia egípcia e árabe, em geral, foram muito importantes – completou.
*AFP