Copa do Mundo é muito mais do que 32 seleções disputando uma taça. Para quem torce, é uma oportunidade de se sentir pertencente à sua pátria e povo, representados pelos jogadores dentro de campo. E quando se está distante do país de origem, o sentimento pode ser vivido de forma ainda mais intensa. Em Nova Petrópolis, o alemão Christian Gross, 36, vibra com a seleção de Klose, Müller e companhia como se estivesse na pequena Waldaschaff, cidade de pouco mais de 3 mil habitantes na Baviera, onde nasceu.
- No jogo contra Gana, que era num sábado, assisti com outros alemães em um evento que a prefeitura organizou. Bebemos cerveja, cantamos. Cheguei a dar entrevista para um jornalista alemão que apareceu e meus amigos leram a matéria dele lá na Alemanha - conta Christian.
Torcedor do Bayern, Christian trabalha na floricultura da família da esposa, Christine Gross, 34. Ambos se conheceram há dez anos, quando ela estudava na Alemanha, e mudaram-se para o Brasil em 2007. Embora fale português com perfeição e assista aos jogos com pipoca ao invés da salsicha bock, o bávaro nunca perdeu as raízes. Para acompanhar Die Mannschaft (O Time, como os alemães se referem ao selecionado), não abre mão de vestir a camisa branca da seleção. E a bandeira do país, símbolo que segundo Christian os alemães voltaram a exibir com orgulho após a Copa de 2006, quando a grande festa expurgou fantasmas e a vergonha do nazismo, está guardada para a possível festa do título, no próximo dia 13.
Um de muitos alemães ou descendentes a torcer pela seleção europeia em Nova Petrópolis, Christian vê seus compatriotas com boas condições de derrotar a França e chegar às semifinais nesta sexta-feira. Em um eventual confronto contra o Brasil, porém, prefere não arriscar, pois vê um equilíbrio muito grande. Reconhece que os alemães têm tido performances abaixo da expectativa que cercava o time do técnico Joachim Löw e tem uma explicação para tal:
- Em 2006, quando fomos Às semifinais, os jogadores atuavam nas mesmas posições que em seus clubes. Hoje o técnico os coloca em posições diferentes e eles sentem dificuldade. Özil, por exemplo, joga em uma posição no Arsenal e em outra na seleção, por isso não está bem.
Mas a exemplo do que é comum ouvir de brasileiros que defendem o time tetracampeão em 1994, para Christian o que importa é erguer a taça e levá-la para a Alemanha:
Os críticos estão insatisfeitos com o time, mas para mim o que vale é o resultado. Daqui a quatro anos não vai se falar se o time jogou bem ou não, mas sim se venceu.
Eles querem o tetra
Em Nova Petrópolis, torcida é para que Alemanha e Brasil se encontrem na semifinal da Copa do Mundo
Casado com brasileira, Christian Gross, 36, veste a camisa para vibrar com o time de Klose, Müller e companhia
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